segunda-feira, 6 de julho de 2015

Ó Póvoa!


Se a praia está por perto, e o mar se sente na nortada....cheira a Póvoa!
Enquanto houver mar estou bem.

Sou do Norte.
Onde as localidades não dão intervalo às placas de identificação. Apresentam-se umas a seguir às outras e é quase tudo plano. Onde há sotaque e as gentes têm sangue na guelra e o coração na boca, mas me parecem mais pessoas!

Fui deixar as meninas à praia.
À minha praia. À casa da minha infância.
Antes de regressar à base, ainda fui espreitar o mar.. Não resisto.
Tenho saudades
De fazer sandálias com sargaço.
De me embrulhar em várias toalhas depois de mergulhos gelados, mesmo em dias de nevoeiro.
De encontrar as cadeiras da praia sempre iguais, sempre na mesma posição, a indicar que ainda não chegaram os donos provisórios, ou que a praia fechou por hoje.
Das riscas das barracas. Azuis ou verdes.
Da areia grossa.
De procurar beijinhos e búzios.
Da saída quase em debandada ainda cedo. Quase ninguém fica para o pôr do sol. Arrefece.
Do verão que não se faz sem um casaquinho.
Das gaivotas que chegam quando a praia fica vazia.
Do mar que se conhece mas se respeita.
Até da nortada que carrega o cheiro a maresia e onde os papagaios de papel conseguem voar, mesmo sem a perícia necessária.

Lá estão elas. Naquilo a que chamo a vacina anti gripe anual.
Há lá melhor que o pack água fria; iodo; nevoeiro matinal e nortada?
Recomendado há anos e anos pelos pediatras e médicos da região!

Em miúda era assim o julho inteiro!


Sem comentários :

Enviar um comentário