sábado, 21 de janeiro de 2017

Coisas bizarras, esquisitas ou quiça assustadoras.


Esta terá sido a coisa mais bizarra que me lembro de ter acontecido cá em casa com as miúdas.
Não sei bem se entra na categoria coincidências, mas também talvez se lhe possa chamar isso.

Uma noite, há uns anos, fui acordada pela I. Chamava-me do quarto e queixava-se de estar a sangrar do nariz. Quase no mesmo instante, do quarto ao lado, chamou-me a R.
E aqui entra o factor X Files....também estava a sangrar do nariz!

O que vale é que eu tinha muito sono e depois de tudo resolvido e calmo fui dormir e não pensei mais naquilo.
Mas agora, reflectindo mais nisto, parece coisa de ET´s.
Pode ter sido quando lhe puseram o chip no nariz...

tu ru ru ru ru ru

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Top 12 - 2016

Cada vez que passa um ano em calendário e outro em mim aumenta a certeza que os dias são o que fizermos deles. Podia ser só para parecer bonito, mas é a mais pura verdade.
A malha dos meus filtros é cada vez mais apertada. Olhar por e para mim e ser dona do meu nariz tem muito que se lhe diga. Está nas minhas mãos decidir o que (ou quem) me afecta, nesta busca de equilíbrio e paz interior, e ignorar o que me faz comichão (a lembrar anúncios do fenistil).

Com tudo o que acontece cresço. Tento aprender a relativizar, mas reconheço a dificuldade.
Sinto-me mais capaz de avaliar o que me faz falta, o que me faz bem ou do que posso abdicar sem medos. Sei, no entanto, reconhecer outros medos que não me deixam abdicar de outro tanto.

2016 não foi um ano para esquecer, embora à escala Mundial tenha contribuído para várias páginas nos manuais de História, das quais a Humanidade haverá de se interrogar. Teve de certeza boas notícias, das que raramente fazem capa de jornal ou abertura de telejornal.

No meu grande pequeno Mundo não foi tudo perfeito como nunca é, mas não tenho do que me queixar. Aliás, tenho a agradecer o tanto de bom que tivemos este ano.
Como manda a minha tradição fiz o meu TOP12, a forma deliciosa de resumir o ano e descobrir que escolher só 12 momentos é muito difícil!

Neve em Gredos. Mostrar-lhes sítios, para elas novos. O meu Ouro. Um final de ciclo.
Representar cores nacionais. Mont St-Michel. Um fim de tarde não planeado. Provar ostras.
Um Algarve novo. Gaivotas, um dos meus sons preferidos. A minha caixa. O último dia do ano.


Ao ano de 2017 não peço nada, mas peço a mim própria para não me esquecer de:

Passear, nem que seja na vizinhança e a pé
Descansar
Gerir melhor o tempo
Relevar o insignificante
Inspirar fundo e expirar na correta proporção
Rir mais
Pequenos almoços demorados, servidos em louça colorida e flores frescas na mesa.
Ver as cores do amanhecer
Ler
Serenidade
Aceitar
Destralhar

Repito alguns de 2016 porque isto é um processo de melhoria continua e eu sinto-me muito no início desta longa caminhada.
Keep it simple.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Ser criança hoje em dia.

Primeira semana do ano. Fui buscar as notas da R depois de as ter visto na pauta.
De todas, intrigava-me mais o 3 a Formação Cívica do que o 3 a Matemática.
Ouço: Faladora. Distraída. Não pára quieta. Não se senta como deve ser. Mexe-se muito na cadeira. Interrompe. Quer ser sempre ela a falar.
Leio: "Nem sempre foi respeitadora para com os outros."

O que ouço não me surpreende. Conheço-a. Preocupo-me com o que leio. Conheço-a.
Converso com ela.
Ela diz que vai melhorar. Que vai conversar menos. Que vai tentar sentar-se mais direita. Promete que vai ter um 4 no próximo período.

No mesmo dia, um colégio do nosso País proibiu as crianças de correrem por entender que "correr, sem perceber os riscos que se corre, é falta de responsabilidade", acrescentando, "quer chova ou faça sol." e ainda "o bem estar e a saúde dos alunos é nossa prioridade".

Andei num colégio. Tinha um grande recreio, grandes salas e longos corredores. Havia regras, zonas de acesso condicionado, espaços que apelavam mais ao silêncio e algum sossego. Aprendemos a respeitar, a saber estar conforme o local. Crescemos. Não me lembro de nos proibirem expressamente de correr. Aliás das memórias que tenho é descermos as escadas em grande velocidade e atropelos para ver quem chegava primeiro ao recreio. Fazíamos corridas com pneus movidos a paus. Saltávamos ao elástico. E, imagine-se, transpirávamos! O mal que isto devia fazer à nossa saúde.
Xiii....mas que irresponsáveis éramos nós... ou quem permitia que isso acontecesse...
O colégio até tinha uma enfermaria onde uma freira simpática desenhava o sol e estrelas a mercúrio nos joelhos esmurrados. Suponho que isso agora não seja necessário.

Talvez neste século se tenha mudado a definição de criança e eu não me apercebi. O ser irrequieto passou a ser uma doença. Os bichos carpinteiros estão em vias de extinção. Já não há crianças com nódoas negras nas canelas e joelhos esfolados. A indústria dos pensos rápidos deve andar a passar um mau bocado...

Percebo que se tenha que saber estar, que as regras sejam para cumprir, que se eduque. Não só percebo como acho ESSENCIAL. Em casa é isso que incutimos. Todos os dias.  E sublinho!!!
E defendo que a educação vem de casa!

A minha filha canta todo o dia. Faz ginástica acrobática e dança. O corpo pede-lhe movimento. Tem uma escoliose que lhe faz doer as costas quando não se estica. Tem muitas vezes contraturas musculares. Faz amizades com facilidade. É popular. É amiga do amigo. É bem disposta. Fala alto.
Dá trabalho?
Sim, muito!
É mais fácil proibir?
Sem dúvida.
Se resulta proibir?
Não sei...

Corrijo-lhe a posição à mesa quase todas as refeições. Digo-lhe para falar baixo muitas vezes. Repreendo-a por interromper conversas. Aviso-a quando acho que está a ser respondona. Mando-a estar quieta no sofá umas 500 vezes durante uma série de TV. Se ela fosse uma estátua era bem mais fácil...

Desculpa R se a culpa é minha por te ter levado a passear no dia 31 de dezembro. Se te deixei molhar os pés no mar num dia de inverno, quase ao fim do dia. Se te dei a entender que era normal vestir um fato de banho e mergulhar. Se te deixo saltar. Se te incentivo a fazer o que gostas. Se dia 2 janeiro em vez de acalmar todo o dia no sofá te levei a saltar trampolins e chegamos a casa tarde, quando no dia a seguir começava a escola. Desculpa se dia 3 foste agitada para a escola e com vontade de contar aos teus amigos como foram as férias e a época festiva.

R, não tenho a menor dúvida que sejas uma miúda 5*, da mesma maneira que sei desde sempre que nos dás (e darás) muito "trabalho"!
Estamos cá para isso!