segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Limpezas de Verão


Há as limpezas da Primavera. E depois há as de Verão.
E é nesta época em que a senhora que cá vem a casa limpar, aproveita a nossa ausência para ir a sítios mais recônditos. Foi este Verão que encontrou uma caixa de Lego Friends e um Monopólio, novinhos a estrear, debaixo da minha cama.

Uma destas tardes (a de encapar livros da escola) decidi dar a caixa de Lego à R para estar menos entediada já que achei que eventualmente a teria visto.

Ela estranhou. Não é todos os dias que se recebe uma caixa de Lego. Muito menos fora de dias especiais. Eu disse-lhe o que tinha acontecido e que também havia um monopólio.

"MÃE, estas eram as prendas que pedimos no Natal e vocês não nos deram!!!!!!!!!!!!!!!"

Pois. Não sei o que se passou...
Terei escondido tão bem e tão antes do Natal que me esqueci delas?
Seria devido ao sítio, já que não costumo escondê-las ali?
Será que achei que já havia muitas prendas e ficavam guardadas para outra ocasião?
Talvez tenha decidido que seriam as prendas que ficariam na nossa árvore para quando chegássemos de casa dos avós...e afinal não ficaram.

O que sei é que mais uns meses e já havia prendas para o Natal 2016!

Mas se calhar assim até tiveram outro sabor.

sábado, 24 de setembro de 2016

Uma viagem especial

Tudo começou em 2009.
Falaram-nos de como era fantástica a Feira medieval de Stª Maria da Feira e fomos ver para crer.
Voltamos em 2010. E por elas íamos todos os anos. Tento sempre ver se consigo encaixar no nosso calendário.
Este ano conseguimos ir num dia de semana.
Pode parecer mais do mesmo, mas é um dos nossos vícios.
Sei que ficará como algo que fazíamos as três juntas.
Sei porque nos lembramos de muitas coisas, desde o tempo em que a R ainda ía de carrinho!

Não é feira de pipocas nem tão pouco algodão doce. Não há chocolate para acompanhar crepes.
Mas há Papas de Sarrabulho; Pernil no pão; água e limonada em copos de barro; Fogacinhas acabadinhas de sair do forno e tudo acompanhado de animação de rua à época.





Nesta Feira que é afinal uma Viagem pela História de Portugal, fazemos quase sempre a mesma coisa.
Experimentam jogos e aventuram-se no Sentir do Guerreiro; Assistimos a representações teatrais em que há sempre uma personagem preferida, mesmo não sendo a principal. Desta vez foi a Brites e a Marinha que encantaram no meio do Bosque.






E há sempre uma ou outra novidade que noutros anos não tínhamos visto.
O recanto marroquino, onde me sentei a beber um chá. A subida às ameias do castelo.




Sobre o aprender sem TPC, como há dias ouvi o Dr. Mário Cordeiro na Rádio Comercial, não há sítio melhor para ouvir e ver História de Portugal. Este ano incidia sobre D. Dinis e o seu reinado.
Numa peça de teatro infantil encaixam com muito humor e linguagem acessível, o Pinhal de Leiria, a Universidade de Coimbra; a família real - ascendência e descendência; os parentescos; o primogénito; as sucessões; conquistas; batalhas; guerras; épocas; dinastias; trajes típicos; expressões; lendas; numeração Romana... Muito mais eficaz que fazer fichas nas férias!




Depois de subir e descer até ao Castelo e do corpo pedir repouso, terminamos na calma dos Banhos de S. Jorge. Já não passamos sem o ritual - lava pés; chá cítrico ou de frutos vermelhos ao som da harpa; penteados medievais e massagens.






Saímos quando a multidão chega, a acompanhar a noite.
Voltamos a casa com a sensação que um dia só nunca chega.

Saciadas e curadas de maleitas.
Até MMXVII para uma viagem especial.



sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Mãe, era suposto?


6º dia de aulas.
16:25 Telefonema da I.
"Mãe, era suposto eu ir buscar a R à escola? É que como ela sai às 16:15 e vocês não estavam aqui, fiquei a pensar se me tinhas dito para lá ir..."

Não. Por acaso não era suposto.
Mas obrigada I!
Porque até podia ter dito. Até podia ter-me esquecido de ir. Porque telefonaste preocupada.

Obrigada pela miúda responsável que és.
E obrigada pelos momentos em que ajudas a mana, em que estás lá para ela, porque ela segue-te os passos todos cheia de admiração e orgulho. Apesar das vossas turras, eu sei. E vocês as duas também.



quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Amor igual

Li algures que quando trocamos de nome ao chamar alguém, é porque se trata de um caso de amor igual.
Acontece por exemplo quando trocamos o nome dos filhos.
Até aqui parece ter alguma lógica.

O  meu problema é que troco várias vezes o nome da gata pelo da R....ou seja quando vou ralhar com a gata pelos disparates sai-me o nome da mais nova.

Isto deu-me um nó na cabeça....
Então isto é amor igual?! Ou será mais a atirar para o disparate do mesmo género?!?!
Num destes em que me dirigi à gata em jeito de chamada de atenção ameaçadora....lá me saiu o nome da criança.
"Oh Mãe, porto-me assim tão mal?!"

Não filhota, deve ser porque são as duas as crianças da casa!

(Não costumo chamar Maggie à R. Já não é mau!)


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

See you later dear summer

O Algarve é como as Favas à portuguesa. Ou se gosta ou não.
Não há cá meio termo.
Eu sou das que gosta. Do Algarve e das favas.
Não diria que é a minha zona preferida do País. Mas sempre fez parte do meu Verão desde pequena.
Apesar de pertencer de corpo e alma ao Norte, e ao cheiro a maresia, o Sul cheira a férias mais descontraídas, com menos horários, menos pressas e menos casacos.

Eu cá gosto.
E, hoje último dia de Verão, é isto que me chega à memória.

As figueiras verdes, mesmo poeirentas, no meio da terra seca e cor tijolo
A areia fina
O mar é mais salgado
O cheiro a doce da alfarroba
O vento quente
Os dias de levante
Banhos de mar demorados
Arbustos com flores brancas ou rosa que até há pouco só se viam a Sul.
Apanhar conquilhas na praia
Cheiro a peixe grelhado
O sotaque
As chaminés e o branco das casas.
A verdadeira Bola de Berlim.

Até para o ano Verão!
E Verão tem que ter praia. Nem que seja só uma semana.





sábado, 10 de setembro de 2016

Apanhada a jeito

Uma mãe às vezes dá-se conta que não tarda é época de botas e calçado fechado, foi-se um Verão e nem um vernizito para alegrar as unhas dos pés.


Por outro lado, uma mãe tem o privilégio de ter uma (duas!) massagista/cabeleira e manicure particular sem sair de casa. Um dia destes a R decidiu fazer do meu quarto um mini spa, e até às unhas dos pés deu tratamento. O verniz era transparente mas soube-me a rosa choque.

Na verdade tudo tem um preço e a maternidade traz sempre as suas pérolas.
Assim, às mãos da miúda fui apanhada a jeito:
- "E agora, já me podes explicar o que é a pílula?"
- É um comprimido que se toma para não ter mais bébes.
- "E tu, tomas? É que os bébes não andam assim por aí...."


Ler na praia

Na praia/piscina:

Mãe, posso ir à água?
Mãe, queres jogar raquetes?
Mãe, tenho fome.
Mãe, tens água?
Mãe, tenho frio.
Mãe, tens mais toalhas?
Mãe, olha o senhor das bolas de Berlim!
Mãe, quero trocar de bikini.
Mãe, olha isto!
Mãe, não queres ir ao café?
Mãe, esta areia é muito fina.
Mãe, piquei-me no pé.
Mãe, aqui há peixe-aranha?
Mãe, queres vir ao banho?
Mãe, tenho areia na boca.
Mãe, segura aí na ponta da toalha.
Mãe, tapas-me?
Mãe, tira uma foto minha a fazer o pino.
Mãe, olha o senhor da bolacha americana.
Mãe, trouxeste roupa?
Mãe, jogas às cartas?
Mãe, o protector ficou bem espalhado?
Mãe,.....não é nada, esqueci-me do que ía a dizer.

Chegar a tirar o livro do saco é por si só uma vitória.
Se o abrir não passo do 1º parágrafo!
Ler é uma miragem! Pelo menos para mim. Elas lá tiraram livros do saco. A mais velha leu. A mais nova também....leu o tempo suficiente para eu conseguir tirar a foto, mais uns 5 minutos! Foi no instante que pensei vou ler também, que ela achou que bastava.

Já não estou na fase dos baldes, pás e castelos! Mas ainda estive a ajudar num caracol...

(Sim, eu sei. Daqui a uns anos, vou ter tempo para ler mais do que 1 livro numa semana de férias, e vou reparar apenas nas crianças dos guarda sois vizinhos e suspirar....)