segunda-feira, 28 de março de 2016

Domingo de Páscoa no calendário


Domingo de Páscoa no calendário.
Dia caseiro.

Adivinhava-se descanso apesar da noite nos ter roubado uma hora e da manhã ter começado com umas compras.
Ovos de codorniz caíram da porta do frigorífico para se partirem no chão. Alguns salvaram-se para o jantar.
Assei pela primeira vez batata doce roxa, que acompanhou pato e não cabrito.
Almoçamos os quatro juntos.
O Pão de Ló saiu queimado por cima mas delicioso por dentro.
Fiz um leite creme em tacinhas individuais.
Estendi três máquinas de roupa. O Sol e o vento não escolhem se é Páscoa!
Dobrei meias.
Vimos fotos e pequenos vídeos da mini incursão por Espanha em família. Rimos.
Enrosquei-me no sofá com as meninas a ver o filme da Heidi. Intemporal.
Comemos amêndoas.
Colamos fotografias nos cadernos do nosso Projeto 52.
Dormitei antes do jantar.
Jantamos os quatro juntos.

A Páscoa já não é o que era, pelo menos aqui pela cidade, mas eu cá gostei muito do nosso domingo a cheirar a primavera e com as montanhas a entrarem pela casa adentro.



sábado, 19 de março de 2016

Pai para todas as horas

O Pai da casa 

Anda nisto da paternidade vai para 13 anos. 
Finge-se de forte mas lá no fundo é um coração de manteiga.
Tem dias em que lhe dá a preguiça, noutros perde a paciência, e nem sempre é perfeito.
Mas é o pai para todas as horas.

É radical.



Incentiva e incute confiança.




Ajuda-as a chegar mais alto e alargar horizontes.



Dá-lhes segurança.



Dá colo quando o cansaço vence, embora diga que não.




Ajusta as velas porque não pode mudar o vento,




Faz tudo por elas, mesmo que implique ver princesas que nem conhece...



Tem que aturar miúdas em lojas de souvenirs. Não é fácil!



Orienta




Ajuda a superar medos.




Ensina a ver as coisas de várias perspectivas.



Até deixou de ser alérgico só para termos um gato!



É um pai chato, pouco dado a brincadeiras, exigente nas regras.
Sabe que se educa pelo exemplo.
Tal como demonstra a imagem abaixo.
;)


sexta-feira, 18 de março de 2016

É a tempo inteiro

Eu, a mãe

Compro cartolina cor azul. Azul oceano.
Enquanto ela está na ginástica acabo de recortar os continentes que ela desenhou e pintou. Só porque sei que ela vai chegar tarde e cansada. Ajudo na parte da colagem.
Sei que fez um trabalho em grupo sobre os rios. Ajudei a procurar imagens para imprimir na loja mais próxima. Sei que sempre que se enganavam em vez de corretor tapavam o engano com corações pintados a caneta.
Sei que lhe falta um trabalho em 3D sobre as Serras de Portugal.
Sei que escreveu poemas e que os vai ler às outras salas.

Ela contou-me que o José Saramago escreveu um único livro para crianças. "Porque achava que não sabia escrever para elas, sabias?". Ela quis pôr isso na biografia sobre ele, porque era uma coisa diferente do que se encontrava nas pesquisas.

Carrego a mochila para a escola e depois da escola.
Sei em que dia há educação física e é preciso ir de fato de treino.
Sei o dia em que é preciso levar lanche da manhã e da tarde.
Sei o que ela gosta para o lanche.
Sei os dias dos testes.
Explico-lhe que Londres não é um País, e que o Brasil não fica na África.
Fico apreensiva porque é véspera de teste...porque ela parece perdida no planisfério...
Ela conta-me, super feliz, a nota que teve.
Enquanto faço a sopa ajudo a decorar um poema para dizer no dia seguinte.

Recebo mensagens da mais velha.
Diz-me as notas que recebeu.
Sei que precisa de uma fotografia para um trabalho de EV.
Gosta de mostrar os trabalhos que faz.
Sei os dias em que tem aulas de tarde.

Partilham nervos, frustações, desilusões e também as conquistas e as alegrias.
Marco reuniões na agenda. Sei o horário de atendimento aos pais. Quer dizer, tenho isso apontado.

Os filhos andam connosco todo o dia.
Vão dentro do coração e no pensamento para o trabalho. Para todo o lado.
Carrego os tais nervos, as frustações, os medos e as dores, como se fossem meus.
Sorrio com as conquistas e alegrias com um orgulho que só mãe entende.

Não consigo deixar de ser mãe das 9h às 17h.
Não é possível desligar dos filhos...
Ser mãe é a tempo inteiro... mesmo quando o tempo não é inteiramente passado com elas.


18 Março 2012
Encontrei esta foto hoje....dia 18 Março...4 anos depois.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Um longo Sábado. Nervos e emoções à mistura.

Sábado foi dia de mais uma prova de ginástica para as miúdas da casa.
Os nervos andavam a pairar...a noite foi mal dormida e de despertar de noite.
Às 5h30 fritei panados para a mais velha. O pai levou-a ao autocarro do clube às 6h20.
Cascais era o destino.
Às 9h liguei o forno para fazer pizzas para a mais nova.
Pouco tempo depois tinha a cozinha cheia de fumo e uma labaredas dentro do forno. Nunca tal vi.
Ao tirar as pizzas do forno caíram "de cara no chão"...

Já chegava de azares não?
Toca a instalar pensamentos positivos!

10h tudo a postos para sair.
Raquel desce e vai ter com o pai ao carro.
Volta a subir.
"Mãe não precisas de descer já....o pai vai mudar o pneu...está furado"

A sério?!?
Pelos vistos a positividade não estava a ser muito eficiente....

Lá arrancamos às 11h sem pneu suplente, rumo a Cascais...esperando que o azar não viesse connosco.
A Raquel chegou a tempo.
Almoçamos os dois numa esplanada num dos primeiros dias com cheiro a Primavera.
Tudo a compor-se.


E seguiu-se a prova de ginástica.
Saímos do Sol, para uma pavilhão para as ver, para nos verem, porque é importante, pelos tais sorrisos que ninguém me tira.
Os nervos delas estavam também em mim.
Ainda me lembrava do forno, da pizza no chão na cozinha, do pneu furado...
Esperava que tudo lhes corresse bem...

Chegou a vez da Inês e da sua volante, a risonha F.
Os quase 2 minutos de esquema voam...e não me lembro se sequer respiro.
Correu bem, mas um segundo a menos levou a uma penalização na nota final.
É mais do que o mínimo definido mas talvez não chegue para passar à fase seguinte. Importa que deram o melhor, que fizeram um grande esforço para chegar aqui, que ultrapassaram nervos e dores e encararam todos com um sorriso.


E no fim de tudo foi a vez da Raquel e do par, o simpático L. Quase a última a fazer prova.
Uma espera de fazer crescer nervos.
Por trás dos sorrisos e aparente descontração havia medos para gerir. Fantasmas de outros dias para deixar para trás das costas.
Nas bancadas, entre o respirar fundo e o suster a respiração passaram mais 2 minutos.
O barulho das bancadas anunciou o final dum esquema feliz.
Seguem para o Nacional, num 1º lugar.


E o que mais gosto de ver?!
Estes momentos de cumplicidade entre ginastas, colegas, amigos, que nunca lhes sairão da memória. Acredito que sejam laços que ficam para a vida.



E mais ainda?!
Abraços de irmãs.
Como este em que a Inês vai ao encontro da Raquel para lhe dar os parabéns.
Vocês são lindas miúdas!

O dia estava no fim.
Chegamos a casa cansados mas sem mais histórias com azares para contar.
Elas chegaram bem, depois duma animada viagem de autocarro com a equipa.
Um bocadinho de desalento pela I não estar tão feliz como queria....mas feliz pelas tantas outras vitórias alcançadas!
E é por tudo isto que se ganha sempre.


sexta-feira, 11 de março de 2016

2h/semana?!? Não brinquem comigo!

Hoje ouvi na rádio enquanto conduzia para o trabalho, que graças aos eletrodomésticos o número de horas dedicado pelas mulheres a tarefas domésticas diminuiu de 57h/semana para 2h/semana.

Ora....basta ser  mulher para saber que isto só pode estar errado....
Acredito nas 57h/ semana e ainda assim, sem coisas de ligar à corrente parece-me pouco.

2h/ semana???
Estaria igualmente mal se fosse 2h/ dia!

Senão veja-se:

Ontem entrei em casa, pousei a carteira numa cadeira na cozinha.
Guardei a louça lavada.
Lavei a suja.
Sujei outra para adiantar sopa, o que significa descascar e cortar legumes.
Varri.
Tirei roupa do estendal.
Tirei outra da máquina.
(Só nisto foi-se 1h.)

Mentalmente fiz uma lista de compras que passei depois ao papel.
Tinha esperança de ainda as conseguir fazer.
Para o jantar ainda há só sopa....que falta passar.
Fiz o jantar.
Dobrei roupa.

Onde vão já as 2h....
E nem incluí aqui o tempo dedicado às filhas...
Isto só num fim de tarde...

E no fim das tais 2 horas e picos ainda falta guardar a louça lavada.
Lavar a louça suja.
Ainda há mais roupa para dobrar e arrumar.
Ou seja, 2h depois parece tudo na mesma e as compras ficaram-se pela intenção no papel.

Here we go again!
2h/semana...
Não brinquem comigo!!!

segunda-feira, 7 de março de 2016

Há sorrisos que ninguém me tira!

Pode ser difícil de entender...

Porque não se deitam cedo.
Porque madrugam para provas ao fim de semana.
Porque muitas vezes jantam quando deviam estar a meio do primeiro sono.
Porque vão treinar com dores nos pés, no pescoço, nas costas.

Mas é assim.
Apaixonaram-se.
E diz-se "Quem corre por gosto não cansa".
A ginástica é a paixão delas. O que as move.
É ali que passam muitas horas. Que alimentam amizades para a vida num salutar convívio.
Partilham angústias, medos, incertezas, lágrimas e também os momentos mais felizes!
Organizam o tempo de modo a dar para tudo. Fazem opções.
Aprendem num mundo que também é delas, a ser, a estar, a cair e a levantar a cabeça.

Era mais fácil se se deitassem mais cedo, se houvesse menos correrias, menos stress, mais tempo, menos irritações, mais fins de semana livres, mais tempo para pequenos nadas.
Sei que é esta paixão que dita o ritmo dos dias, como se fossem elas a mandar.

Para mim, ser mãe é (também) isto. Acompanhar as paixões.
Posso estar muito errada. 
Mas estou bem comigo assim.

Fico a torcer nas bancadas. Vibro com as alegrias. Compreendo os desalentos e frustações.
Encolho o coração, sustenho a respiração, fecho os olhos.
Estou lá.
Talvez me canse. Talvez afinal também corra por gosto.
Perguntam-me se não me falta o ar quando as vejo de cabeça para baixo, sem nenhuma parte do corpo a tocar chão firme. Ou porque raio treinam se estão lesionadas. Ou porque vão a uma prova que implica faltar às aulas. Ou se não serão horas a mais, ou se não afeta os estudos...
Só me ocorre responder que faz parte. Faz parte do desporto que escolheram e da dedicação que lhe entregam.

Passei a perceber o que é uma circular, uma ordem de passagem, os diferentes escalões, e já começo a ficar perita na localização de alguns pavilhões desportivos deste Portugal. 

A minha maior paixão são elas.
Por isso são elas que me movem.
Tudo tem o seu tempo.
Por agora é assim.
Os sorrisos que lhes vejo no olhar ninguém me tira!
Sou uma sortuda!



quinta-feira, 3 de março de 2016

Depois dá nisto!

O pai chega a casa e propõe um "negócio".
Nós lavamos a loiça e ele paga o jantar.
A I, responde que não pode ser...Tem teste amanhã e prefere ficar a estudar e não perder tempo a ir jantar fora.
Palpita-me que vai sobrar para mim fazer o jantar e ainda lavo a loiça por cima...

Educamos filhos para serem responsáveis depois dá nisto!!