quarta-feira, 30 de abril de 2014

"Limpeza em curso; Atenção Piso molhado"

Não páro de olhar para o aviso

"Limpeza em curso; Atenção Piso molhado"

São 4 da manhã.
Este abril não tem sido só de águas mil mas de várias idas ao pediátrico. Todas à noite.
Preferia ver os avisos de Piso molhado devido às mil chuvas de abril, noutros pisos mais agradáveis.
Ando de olhos pesados mas não é das alergias.

Cá estou mais uma vez.

A R dorme na maca de dinossauro. Eu tenho a roupa ensopada em vomitado. Parte da cadeira onde me sento também, assim como as pernas do ser pré-histórico de pástico verde. A limpeza está em curso.
Amavelmente deram-me uns toalhetes para remediar o estado. Deixei de ter toalhetes na carteira há uns anitos. Penso que noutros tempos sairia de casa munida de toalhetes, mudas de roupa e até com uns sapatos extra.

Bem, não teria ajudado muito. As mudas de roupa eram sempre para as crianças.
A R conseguiu vomitar sem se sujar a ela, mas eu por outro lado, tenho uma dose qb. Ela já tem uns anos de experiência nestes jatos direcionados.

Isto hoje está estranhamente calmo.
A última entrada foi a nossa, à 1 da manhã.
Estou farta deste dinossauro que me olha de lado.
Não arranjo posição confortável.
Ela dorme. Já não grita. Já não se queixa. Antes assim.
Eu arranjo-me no resto que sobra da cadeira. Descubro que gostava de cruzar as pernas mas não me atrevo a pensar que o vomitado seria transferido para mais zonas das calças.

Não há senhas.
Não há mais crianças.
Não há quase ninguém.
São agora 5 da manhã.

Adensa-se o silêncio, o sono e o cheiro a vomitado.
Segundo consta o reboliço é no internamento.
Noite atípica.

Pairamos entre as toxinas, as viroses, as gastroenterites, as cólicas.
Esperamos.
Falo em surdina com a médica, com as senhoras da limpeza.
Acho que conheço uma de vista. Mas talvez seja só deste abril.


Conclusões:

- Nunca estaremos preparadas para ouvir "Mamã não aguento mais", sem nos sentirmos de mãos atadas, sem querermos agarrar naquela dor e absorvê-la com todas as forças.

- Conhecemos bem os nossos filhos. Sim, sabemos distinguir uma birra, manha, de uma dor verdadeira. Sabemos desvalorizar e valorizar no momento certo. Isto as mães entendem como ninguém. Os médicos duvidam que as mães saibam.

- Tenho que acreditar que a R afinal come bem! A avaliar pela quantidade de massa que saiu.... Ou isso ou ainda era a do almoço!

- E por último, porque não haverá uma maca dinossauro para mães?
 



Promessas


Custa-me lidar com a mentira.
Neste "custa-me" leia-se "não tolero".

A forma que tenho de mostrar que não tolero é não mentir...
Nunca lhes disse que íamos ao parque infantil ou outro local apetecível e depois afinal o destino era o centro de saúde.
Nunca lhes disse que uma vacina não doía nada.
Nunca lhes disse que o xarope sabia bem.
Nunca lhes disse que vinha lá o bicho papão.
Estas mentiras têm o sabor do engano.

Sabem que não lhes minto. Não as engano.

Mas já tive que dizer que há a mentira piedosa.
Pois e como se distingue da mentira mentira?
E como ocultar a verdade pode ser diferente de mentir?
Complica-se tudo nestes meios termos.
Como quando a I pergunta depois de um lanche a duas: "E se a R perguntar onde fomos o que lhe dizemos?!"....aqui entra talvez a mentira piedosa. O inventar alguma coisa para que a R não fique triste. Mas então estou a mostrar que sim, que se pode inventar mentir....que talvez eu já tenha usado a mentira piedosa mais vezes.....mas esta traz por vezes um mal menor....
Aqui o ocultar seria "Se ela não perguntar não falamos nisso..."

Mas nestes meios termos, elas distinguem a mentira mentira.
Sabem que dizer a verdade sempre é melhor. Para a verdade há sempre uma conversa. Para a mentira a tolerância é pouca.

Mas o que mais me custa é quando eu falho.
Não porque tenha mentido, mas por ter feito uma promessa que não cumpri.
É quase como mentir....
Mentir-lhes...
É um fardo que me pesa...

Tenho sempre muito cuidado com as promessas feitas.
Talvez as faça para mim e raramente as verbalize. Uso-as com muita conta, peso e medida.

Nunca tinha ouvido  "Mas tu tinhas prometido!" ....até um dia destes...
E não era uma coisa que não comprei, ou um sítio que não fomos, ou algo que me esqueci de fazer....era na base dos comportamentos. Das (minhas) faltas de paciência, das (minhas) respostas tortas, dos (meus) revirares de olhos....

Costumo apregoar que ação gera reação, não fosse eu das ciências.
Sendo que, a ação, são crianças (as minhas), a reação sou eu.
E nem sempre a reação é adequada ou proporcional à ação.

Aqui fica, para mim: "Se não vais cumprir não prometas!" ou melhor "Promete, mas cumpre!"
Na onda do para me lembrar...


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Ela voltou

Notas de mim para mim ou de mim para quem quiser:

- Antes do verão não tenhas pensamentos do tipo: "Bem, está na hora de guardar casacos muito quentes, golas altas, cachecois, pijamas quentinhos e botas"
- Caso tenhas pensamentos destes, nunca passes à ação!
- Paralelamente a esta ação, não vás buscar a roupa de verão, sandálias e afins das meninas. Facilmente perceberás que não tens espaço para tudo e a partir desse momento todos os dias perguntarão se podem vestir calções!
- Não tentes mudar a natureza das coisas. Quando chove chegamos sempre atrasados (vá-se lá saber porquê.....só isto dava uma tese!)
- Não deixes que te tirem os guarda chuvas de locais estratégicos no carro.
- Não troques os aquecedores por ventoinhas!
- Quando tiveres ideias para passear, arriscar por arriscar, aposta no Sul! Mesmo que chova abdicas do cachecol.
- Por muito que te tentes mentalizar que é só chuva e que faz falta e tal, a verdade é que atrapalha e impede algumas atividades outdoor com (e sem) crianças.
- Eu bem disse que não devíamos esperar tanto da Primavera....

10ºC
Chuva
24 de abril
Pelo menos o índice UV é baixo.
Um bom dia!


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Em dia mundial do livro

Gosto de livros que me prendem desde a primeira página. Alguns desde a primeira frase.
Uns conquistam-me pelo título.
Outros pelo resumo.
Raramente só pela capa.
Alguns foram apresentados por amigos e ficaram.

Prendem-me os livros que não consigo pousar.
Que apetece devorar de fio a pavio.
Que entram para a realidade. Dos que interrompem as nossas rotinas, como se a história não estivesse lá à nossa espera. Aos que apetece voltar.
Empanco nos livros que me obrigam a reler parágrafos, de onde saio para os meus pensamentos com facilidade, longe da história que o livro conta.
Um livro tem me conquistar até ao fim do primeiro capítulo (dou-lhe esta oportunidade).
O último que comprei deixou-me esse gosto amargo. Enganei-me. Gostava do título, do resumo e até da capa. Mas está lá pousado....e já tentei vários capítulos. Talvez tenha que o começar de novo, com outro estado de espírito, ou numa outra circunstância.

Sempre tive um fascínio por livros, livrarias , bibliotecas, papelarias.
Cheguei a acalentar o sonho de ter uma livraria. Adorava o cheiro do papel dos livros novos, as prateleiras repletas de lombadas. Achava talvez que pudesse ler enquanto trabalhava.
Engraçado como nos lembramos de certos sonhos pensamentos da infância, mas sabemos agora que não lhes demos a devida importância, ou não lhe atribuímos sequer um grau de possibilidade.

Sei que gostava das páginas em branco que os livros têm. Paranoías.
Lembro-me de o meu pai me ter dito uma vez, quando eu comentei "Este livro tem tantas folhas brancas!""Mas não são para escrever!"
Sim, talvez fosse isso. Folhas brancas sugeriam uma infinita possibilidade de as preencher!

Talvez por isso prefira livros em papel.
Não consegui aderir às novas tecnologias, mas reconheço-lhes as vantagens. Principalmente no que respeita ao peso e volume que um livro (ou mais) ocupa na bagagem.

Gostava de ler mais.
Geralmente um livro de fio a pavio só acontece uma vez por ano. Em férias.
O resto do ano, andam pousados na mesinha de cabeceira mas raramente os abro.
Talvez esteja destinada a ler só em férias. 

Gosto que as minhas meninas lhes tenham tomado o gosto.
Que os livros façam parte da bagagem e da mesinha de cabeceira.




terça-feira, 22 de abril de 2014

16-52 - Grandes conquistas

A alegria das coisas simples.
As conquistas que, parecendo pequenas, têm tanto de grande.
A felicidade estampada no rosto!

Há imagens que falam por si. Contam histórias. Trazem sorrisos.
Esta, para mim, é uma delas!
E é por estas e por outras destas imagens que este desafio vale a pena!

Momentos que talvez ficassem guardados apenas na memória.
E este "separar pela primeira vez a gema da clara" vai arrancar (ainda mais) sorrisos daqui a uns tempos.....eu sei que vai!

E esta foi a primeira gema de oito de um Pão de Ló, do qual nada sobrou para contar a história.

Páscoa não se faz sem Pão de Ló, e já que não havia o de lá, da minha terra, fizemos dois de Ló.
Marcharam à velocidade da luz!
A R afinou a técnica com 16 gemas separadas!



segunda-feira, 21 de abril de 2014

Do frasco ao livro


E o projeto "Gratitude jar" transforma-se em livro!

Não lemos os papelinhos no primeiro dia do ano como era previsto.
Mas ficaram guardados nos seus frascos à espera..
À espera que nos (me) lembrássemos (lembrasse) deles....
A fase seguinte do projeto já estava pensada, faltava passar à ação.

Finalmente juntaram-se os materiais, com a lembrança e a vontade, numa tarde sem graça.
Cartolinas coloridas; Papel com padrões; Carimbos; Autocolantes; Marcadores; Tubos de cola e mais do que houvesse!
Desdobraram-se os papelinhos, separaram-se por meses e organizaram-se por dias.
Afinal a tarde não chegou para tanto que fazer (sempre são quase 365 papelinhos para cada uma).

E o que nos rimos a ler?! E as recordações reavivadas de momentos que já não nos lembrávamos?!
O mais fantástico foi as meninas gostarem tanto do projeto que queriam afinal repetir em 2014....
E só pelo que se divertiram a recortar, colar e decorar já valeu a pena!

A I já pensa nos projetos para 2015. Talvez outro como este. Talvez de fotografias...

Para já ainda está em páginas soltas.
Mas vai passar a livro! Só falta encadernar!
E sei que vai ser um sucesso!
(pelo menos cá por casa)


domingo, 20 de abril de 2014

O mundo, as galochas, e casamentos!


A R costuma várias vezes dizer, escrever, desenhar, o quanto gosta de mim.


Para demonstrar que é tanto costuma falar em infinitos, mil infinitos, ir à lua e voltar, planetas, e outros que tais do universo e que demonstram o tanto tanto!
Uma noite destas ao deitar disse que gostava de mim "até ao mundo das galochas".....aqui confesso que me baralhei....
Galochas?!?
Bem, tinha estado a chover, mas galochas era muito finito para demonstrar o habitual tanto tanto .
Fez-se luz!
Seria "Galáxias?!"
"Isso mamã!"
"Gosto de ti até ao mundo das galáxias!"

Bem escusado será dizer que depois da gargalhada geral, agora todas as noites temos o "Gosto de ti até ao mundo das galochas!" . E é tanto tanto!
Ficou a nossa imagem de marca. Adoro!

Na Sexta Feira Santa, ao deitar, que é quando mais se lembra destas coisas disse-me:

"Gosto mais de ti do que quando eu tiver o meu namorado.
Nem que seja o rapaz mais giro do mundo....
Mas ainda não é agora! Calma!
A mana é que está quase a casar mãe."

E pronto!
Vou preparar o enxoval!



quinta-feira, 17 de abril de 2014

15-52 - Raros Momentos


Pode parecer simples.
Dois copos de tinto a acompanhar um belo de um caril.

Mas é na verdade raro.
Raro.
Estranho.
Não o caril, mas o conjunto.

De tão raro e estranho, as meninas perguntam logo....
Copos tão grandes?!
Vinho?!
Estranham mais o vinho que o caril.

Raros são os momentos em que estando 4 à mesa, conseguimos dizer 3 palavras sem ser interrompidos.
Uma frase inteira então seria caso para estranharmos nós.

2 copos de pé alto retirados ao armário
2 dedos de conversa
2 copos de água
4 à mesa.
Histórias que se atropelam
Histórias que se misturam
Reboliço
Família

Pode parecer calmo.
Pode parecer simples.
Talvez não seja calmo.
Talvez seja afinal simples.





Em busca da paciência perdida

Frequentei alguns (2 ou 3) cursos pré-parto na minha (primeira) gravidez.

Como dar o 1º banho; como vestir; segurança...
Tinha tempo...
Bem, deve ser de facto a melhor altura para ir a algum curso, já que podemos levar a criança connosco, não temos que ir levar ou buscar ninguém a escola e/ou atividades, o jantar pode esperar, não há grandes horários....no fundo não há grandes logísticas (nós nessa altura é que não sabemos ainda).

E depois?
Acabam-se os cursos. (Na verdade vai havendo alguns, muitos até,....mas creio que raramente se lembram que o público alvo precisa de sítio onde deixar as crianças. Ora aqui está um nicho de mercado: Cursos/Workshops de parentalidade positiva ou algo parecido, com serviço de babysitter! Vale?!)

Cada mãe conhece o seu filho melhor que ninguém.
Já lhe adivinha os pensamentos.
Reconhece-lhe os olhares, as expressões que contam mais que a boca.

Mas ao mesmo tempo, falta o Manual!
Assim como aquele que vem com qualquer equipamento.
O como fazer em caso de...;
Os vários tipos de erro...;
A quem recorrer quando...;
...
E o pior é que nas crianças não há luz de aviso se que alguma coisa vai mal!
Talvez alguns danos sejam irreversíveis!!

E quando chegam os vários tipos de ares, não estamos preparados (eu não estava, pelo menos).
Só os esperava daqui a um par de anos, próprios dos "teens"
E é com estes ares que testamos os nossos limites, a paciência....e é difícil!
Li algures que o 1º passo para o sucesso nisto dos teens é : Paciência!

UI! Vai correr mal.....é que essa está assim para o acabadote.

Olhando para trás talvez lidasse melhor com os vários tipos de choro!
E nessa altura estava fresca que nem uma alface nestas coisas da maternidade! Lembro-me até de me dizerem que não entendiam como eu tinha tanta dessa da paciência....


Ainda não sou mãe de teenager....mas para lá caminho a passos largos.
Começam agora outro tipo de dúvidas.
Mantém-se no entanto o mesmo tipo de perguntas...

Como fazer?
Que dizer?
Quando agir?

Procuram-se cursos para reposição da paciência perdida.
(Urgente)


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Bonança


E o que uma mãe gosta mais de ouvir quando tem as filhas doentes?!?!?

"Mãe tenho fome!"

Ora aqui está.
Depois da tempestade vem a bonança.
Deslumbra-se logo um horizonte mais claro.
Sinal de que passou a nuvem negra.
Levanta-se o alerta laranja.
Vislumbra-se uma noite dormida.
(Mas o melhor é não falar demais para não agoirar)

E o que menos gosto de ouvir?!
"Tenho fome mas não sei o que hei-de comer...." (Isto falando de lanches ou snacks)

Hoje estamos assim.
Acalmaram corridas à casa de banho e parece que as conversas com a barriga surtiram o seu efeito.

Se eu fosse uma mãe prendada, quer dizer, mais prendada ainda, apresentava um pratos destes.



Ou então fazia um de cada e dizia "Qual te apetece agora querida?!"...
Mas não...

Dou comigo a ser mazinha pouco simpática e paciente....e a dizer "Então e eu é que sei o que tu queres comer?!" . 
Geralmente dirigido à mais nova. Felizmente só uma tem esta particularidade.

Pronto, tenho este ponto fraco. Não gosto de enumerar listas do que há em casa para comer.
Já cá vive há uns anos.
Já sabe o sítio às coisas.
Não escondo nada nos armários.
E apesar de já chegar às coisas ou de saber arrastar cadeiras, eu juro que ía buscar de bom grado o que lhe apetecesse...

E pior, por vezes depois da lista enumerada não lhe apetece nada afinal!
Talvez por isso me tenha cansado das listas, ainda que verbais.
Eu chego a pensar que ela gosta de me ouvir dizer o que há, mas para aí à terceira hipótese já nem está a ouvir...
E quando o que lhe apetece é a única coisa que não tenho em casa?!?!

Desafios....






terça-feira, 15 de abril de 2014

"Director of operations"


Hoje a inspiração vem deste filme....
Tenho 11 anos de experiência neste trabalho, o mais duro do mundo.
Aquele que não trocava por nada !

O mais exigente de todos os trabalhos...

Responsabilidade a tempo inteiro.
Exige uma seleção criteriosa de conhecimentos.
Particular atenção aos detalhes.
Sem folgas.
24h de serviço personalizado e permanente em todas as etapas do desenvolvimento do projeto.
Descanso dependente de terceiros.
Empenho constante.
Dedicação.
Digerir críticas.

Garantir qualidade, conforto e comodidade, em horário alargado.
Ter como objetivo a perfeição.
Tratar de peças originais (únicas), desde a inspeção à manutenção. Neste caso a vasta gama de acessórios é apenas para exterior.

E ainda assim amar!

Como em qualquer trabalho há a parte das queixas...nunca estamos bem....
ando cansada; já não sei o que fazer; gostava de ter mais tempo livre; preciso de férias; tenho a cabeça feita em água; abusam da minha boa vontade; não me respeitam; fazem de mim criada....

Mas há uma parte que difere de todos os outros trabalhos:
Neste, quando estamos longe, queremos logo voltar.
Instalam-se as saudades.
Não sabemos viver sem ele.

É de todos o mais compensador.
O reconhecimento é constante.

Enquanto o vírus se encarrega da limpeza das condutas até à reposição do estado original da peça, há que garantir o minímo impacto no ambiente envolvente.
Agir em conformidade com exigências de reciclagem.
Cuidados na seleção de materiais ecológicos.
Limpeza (Lavagem manual), desinfeção e hidratação.
Garantir eficiência do consumo.
E em caso de necessidade, acompanhamento pessoal a áreas de intervenção externa, incluindo transporte, espera e regresso ao domicílio.

Neste momento, e após um dia difícil para os dois outorgantes deste contrato sem termo, tenho necessidade de:
Substituição das baterias. Alinhamento de um ou dois eixos. Instalação de gancho de reboque.

Já a peça, encontra-se apta com restrições....
Salvo especificação em contrário, está em bom estado.

Aguarda-se em alerta (espero que esta noite só amarelo pálido) que volte rapidamente ao original!





segunda-feira, 14 de abril de 2014

Alerta laranja


Mãe em estado alerta. Sob aviso laranja.
Dores de barriga assombram a noite. Possibilidade de trovoada.
Perspectivas de febre, por vezes forte. Pequenas subidas de temperatura, com máximas a atingir os 38ºC.
Forte agitação.
Períodos de humor muito nublado estendendo-se gradualmente à mãe, até ao início da manhã.
Previsão de necessidades de água, não sob a forma de precipitação.
Condições favoráveis à ocorrência de idas à casa de banho durante toda a noite.
Descidas da temperatura máxima. Vento fraco.
A exigir acompanhamento permanente.

E com este estado alerta em tempo presente, posso traçar o perfil, a carta e gráficos de observação da noite. Monitorização ao minuto.
Mas não me apetece. Faltam-me imagens satélite.
Já as imagens radar e a alteração da corrente fazem prever uma manhã difícil. E só tenho coragem para fazer previsões a curto prazo.

Atinge-me um estado generalizado de ter testemunhado vários fenómenos numa noite só.
Índices de sono reduzidos. Risco de paciência afetada. Oscilação entre estado normal e de extremos, com variações bruscas. Séria probabilidade de afetar a navegação. Sem recursos. Sem  lista de medidas a tomar.

Mas sei que o que tenho agora não tinha  há 11 anos.
E há 11 anos quando dizia que estava cansada não sabia bem o que a palavra queria dizer na sua verdadeira essência....Usava-a fora de contexto. Noutra escala. Com outras medidas.
Peço desculpa à palavra cansada.


Ainda assim, fazendo o ponto da situação e em jeito de balanços, não trocava estes 11 anos por nada!
(Dispensava só as noites em estado alerta laranja)

domingo, 13 de abril de 2014

Pára...



"Nos momentos mais desafiantes com o teu filho - pára. 
Deixa o momento criar um espaço entre a tua emoção e a tua reação.
Há quem diz que é nesse espaço que se encontra a liberdade.
Nesse espaço de liberdade, olha para o teu filho da mesma forma que olhaste a primeira vez que o 


Gostava tanto de ser capaz....
De encontrar esse "Pára", esse "Espaço"...
De mudar a reação, ou talvez anulá-la.

De, nesses momentos de desafio, olhar da mesma forma que olhei da primeira vez...
Nunca experimentei...mas parece-me boa ideia...

A tentar num próximo desafio....que deve estar para breve!




sábado, 12 de abril de 2014

Dava para lá viver.....quase!


A prometida reflexão sobre as migalhas no carro:

Ele há coisas que quem tem cromossoma Y nunca irá entender...

Eu gosto de ter no carro coisas de que posso vir a precisar só noutra estação do ano, ou que até nem nunca precise. Mas sei que estão ali. É assim uma espécie de seguro de saúde ou de vida....

Tenho uma amiga que na mala do carro tem sempre um guarda sol e um guarda chuva. Eu entendo-a. Também é Cláudia, pode ser disso....Eu acrescentava mais alguns básicos a esta pequena lista.

Mas sempre que o carro cai nas mãos do senhor cá de casa, pronto.
Tudo o que estava na mala sai.
Tudo o que está dentro do carro acaba num saco na garagem (chego a descobrir isto meses depois!)
E depois, estou eu a contar com uma muda de roupa para alguma das meninas, um casaco extra, o guarda chuva, e nicles!
Geralmente só me apercebo que falta quando preciso, o que me irrita solenemente....
Já a ele, o nível de irritação oscila entre o número (e tipo) de migalhas. O limite foi uma casca de banana. Compreendo-o....

Na minha perspetiva o carro não é para ser bonito.
É para ser funcional, prático e estar equipado com as minhas necessidades básicas, que obviamente não coincidem com as dele.

"Andas a preparar-te para viver no carro? É que cada vez estão lá mais coisas?!?" - Logística de mãe, é isso. Coisas que só cromossomas XX, e de preferência mães de menores de 12 entendem...

"Mas porque elas hão-de comer dentro do carro?!"  - Porque assim não choram; Porque vão entretidas; Porque é a única forma de lancharem a tempo de chegarem à ginástica....e era capaz de me lembrar de mais algumas razões....

Se passo lá tanto tempo nas voltas e voltas é natural que seja a minha segunda casa...
No final de uma semana com fortes alterações climatéricas, podíamos ir à feira fazer negócio. 

Talvez o carro só por si precise de um "quarto da tralha"!

Nota: Os vestígios de pastilha elástica no banco do condutor não são da minha responsabilidade. Também estiveram agarrados às minhas calças...e pior que tudo ninguém (NENHUMA DAS TRÊS) comeu pastilhas elásticas!! 

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Quando fico a matutar....

Na sala de espera das Urgências do Hospital Pediátrico, dou comigo a olhar em volta.
Não há muito mais a fazer...
A imaginar o que levou aquelas pessoas ali.
Que dores terão os seus meninos.
Porque é que às vezes estão 4 adultos para uma criança.
Sei lá, tudo o que me vem à cabeça.

(Faz-me lembrar uma senhora sábia nas palavras, que imaginava  histórias complexas sobre as famílias que almoçavam em mesas vizinhas num qualquer restaurante. Uma avó que não era minha)

Pais e mães entediados pela espera. Semblante carregado. Preocupações.
Miúdos corados pela febre. Irrequietos. Choraminguices. Queixumes.
Em contraste, crianças cheias de energia vs pais esgotados.
(Chego a pensar que os pais têm "pior aspeto" que as crianças e que estão no hospital errado)

Havia uma mãe que não queria que a filha dormisse.
Isto ao mesmo tempo que eu dizia à minha para dormir.
Ouvia a dizer "Eu dou-te colo mas não podes dormir!"
(Isto do não dormir só associo aqueles acidentes em que se tenta manter a pessoa desperta para manter a consciência...)
Não me parecia o caso. Fiquei a pensar porquê. Vá-se lá entender. Até a R estranhou...

Havia uma senhora e uma criança (não sei se mãe e filha). Com elas estava um senhor de mais idade (talvez avô ou talvez o senhor que as conduziu até lá).
Só sei que enquanto todos os outros íam vigiando, mimando, lançando olhares preocupados, pondo a mão na testa para ver a evolução da febre, dando colo, adoptando posições terríveis nas cadeiras para que as crianças dormitem enquanto esperam, andando para cá e para lá de filhos nos braços, mudando de posição para aguentar as dores nas costas.....
...ali havia algo de estranho....não havia olhares de lado uma para a outra, nem colo, nem cumplicidade, nem mimo, nem uma festa no cabelo, nem sequer palavras de conforto, a não ser uma pergunta da menina "Posso tirar o casaco?" e um aceno positivo de resposta.

Essa menina, demasiado bem comportada na cadeira, olhava para as outras crianças e mães.
Àquela hora (1h30) todas já dormiam ao colo ou encostados à mãe ou pai....reparei então que a menina inclinou a cabeça na direção da senhora (talvez numa tentativa de se encostar). Não obteve reação....a tal senhora continuava de braços cruzados a olhar em frente para o relógio, ou a mexer no telemóvel.
A preocupação era evidente, mas com o tempo....o tempo que ía demorar, as horas, o regresso, o transporte. Nunca tirou o casaco.
Tirando a pergunta da menina, nunca mais falaram.

Fiquei a matutar...

Quando as chamaram, a senhora levantou-se e foi, sem olhar para trás.
A menina seguiu-a. O senhor desapareceu.
Vi-as sair do consultório. Senhora à frente. Menina a segui-la.
Esperavam à porta pelo transporte.
Falavam, mas não ouvia o que diziam.
Estavam frente a frente. Sem contacto físico.
Senhora de braços cruzados.
Menina com a mão na garganta. Parada, às 2 da manhã, de pé....à espera.

Fiquei a matutar...

Podiam não ser mãe e filha. Mas ainda assim fiquei inquieta...
Neste tempo, enquanto matutava, a R dormiu no meu colo.


A importância dos embrulhos

Ora quando ofereço uma prenda gosto do detalhe do embrulho.
Não é só um papel qualquer.
Chego a desembrulhar coisas que vêm prontinhas a oferecer das lojas e a fazer outro embrulho.... (paranoías).

O Dia do Pai já lá vai....mas ontem ao selecionar fotografias, encontrei esta.




Um dos presentes oferecidos pela R no dia do Pai deste ano.
Lembro-me que na altura perguntei "Quem é que escolheu o papel de embrulho?" 
E acho que ela disse que tinham utilizado papel de revista, mas fez-me um ar do tipo "o que é que isso interessa?!"....
Ok, reciclar, papel de revista, muito bem.....mas na prenda para o pai, no dia do pai.... esta parte de uma revista, ainda por cima em destaque....não deixa de ser caricato....

Claro que a R nem pensou nisso, mas eu reparei e o pai também!

Talvez o embrulho elevasse muito a fasquia quanto ao conteúdo...ou iludisse sobre o mesmo.
De facto o conteúdo não tinha nada a ver, mas o pai gostou!
(Digamos que neste caso eu teria mudado o papel de embrulho....)




quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ser mãe é ...

ou melhor.... também é...

- Cortar as unhas e descobrir no dia seguinte que faltava cortar duas.
- Estar preparada para ter migalhas no carro....e não estranhar. (só esta parte do carro merece per si uma futura reflexão)
- Tentar não rir enquanto se faz cara séria de algum disparate acabado de presenciar.
- Dar beijos, abraços, mimos, mesmo apenas uns minutos depois de ter estado "irritada".
- Saber quando adormecem só pela mudança na respiração e expressão.
- Ficar ao ao lado delas a dormir
- Acordar na cama delas.
- Ouvir "Adoro-te" tantas vezes e tão sincero.
- Dizer "Adoro-te" tantas vezes e tão sincero.
- Abdicar de longas noites de sono profundo.
- Acordar ao minímo "Mamã".
- Não dispensar luzes de presença (a bem dos meus dedos mindinhos e canelas das pernas)
- Entrar numa loja e ir direta à secção de criança.
- Andar às compras sozinha e quando ouço "mamã" olhar para trás (parecem sempre as minhas).
- Sentar à mesa para jantar, pegar nos talheres e nesse exato momento ouvir "Fiz cocó..." (sim, isto quer dizer que a R já tinha saído da mesa, assim que se sentou, para ir ao WC. E também quer dizer que lhe dá mais jeito chamar do que agir)
- Estar a secar o cabelo e a tirar água em excesso das orelhas com um cotonete (Sei que esta prática de higiene pessoal não é aconselhada pelos otorrinos, mas eu vá-se lá entender não os dispenso)....e acabar nas urgências....e como tal ter que lhes dar razão.
- Saber que encontrar um par de meias no bolso do casaco não é assim tão estranho (mesmo que sejam usadas).
- Apanhar sustos da ordem de magnitude do quase enfarte quando se ouve um estrondo em casa, seguido de choro, ou talvez pior, seguido de nada!
- Estar na urgências com uma filha e preocupada (também) com a que ficou em casa (não sozinha claro!).
- Baralhar os dias em que cada uma tem ginástica.
- Ter o corpo num lado, e o pensamento noutro.
- Também saber pedir desculpa.
- Também admitir erros.
 ...
...e tanto mais, que bem vistas as coisas nos (pre)enchem os dias (umas vezes mais que outras!)



quarta-feira, 9 de abril de 2014

Cursos de mãe

Uma queixa de uma súbita dor de cabeça na R.
Tão súbita como o meu não a um quadrado de chocolate (após 2 rebuçados).....
Seguem-se alguns breves minutos de queixumes e lágrimas.
Parece que a súbita dor de cabeça está mesmo chateada com a falta do chocolate.

Eu - Olha vamos lavar e vestir o pijama que vais ver que já passa....Também deves estar muito cansada.
E fomos. Nada como água morna, limpar as lágrimas e vestir o pijama na cama da mamã.
R - "Já estou melhor mamã. E doía mesmo a sério!"

Ficamos assim abraçadas um bocadinho no mimo.
Foi-se a dor de cabeça e o chocolate passou a leite morno antes de ir dormir.

R - "Mamã, tiraste um curso de Mãe?"
Eu - Não há cursos para ser Mãe.
R - "Então como sabes ser Mãe?"
Eu - (segundos de pausa sem reposta) Não se aprende....as pessoas sabem ser mães....(Será?! Deviam não é?!)
R - "Algumas se calhar não sabem..."
Eu - E achas que eu sei? 
R - "Sim, és uma boa mãe."

Quanto a isso não sei. Não tenho a mesma certeza.
Mas sei que certas dores vão embora com a nossa disponibilidade, atenção e mimo.
Hoje foi o caso.
Precisamos tantas vezes dos abraços apertados umas das outras.
A história do beijinho na ferida (bactérias à parte) resulta mesmo....e isso não vem em nenhum manual de instruções.




terça-feira, 8 de abril de 2014

14-52 "Cachinhos da Páscoa"

Trazem-me recordações de infância, de férias da Páscoa, de tradicões de aldeia.
Adoro a cor, o perfume, e é para mim o claro anúncio da chegada da primavera, de dias amenos e das primeiras mangas curtas.

Chamava-lhes "Cachinhos da Páscoa".
Sabia que não seria o nome verdadeiro, embora nunca o tivesse questionado.....também há os Brincos de Princesa...por isso, porque não?!
Achava que aquela denominação chegava e era bem atribuída.

Todos os anos apareciam nos muros na casa da minha avó paterna (ou por lá perto).
Todos os anos o meu pai cortava um cachinho e andava com ele no carro até secar.
(Deve ser o único ambientador que o meu nariz aceita, talvez por ser natural)

Soube há muito pouco tempo que têm um nome, mas encontrei-o sem o procurar - Glicínias.

Apesar da Páscoa já não ser como era na minha infância, de certas tradições mudarem ou desaparecerem, estes serão sempre os meus "Cachinhos da Páscoa".

Felizmente a cidade está cheia deles!
Este ano parecem estar em todo o lado!



segunda-feira, 7 de abril de 2014

"Brownies e Tarte de Maçã"


E assim foi um sábado de chuva.
A I está imparável na cozinha.

Não bastavam os Brownies ainda fez uma Tarte de Maçã ao estilo Vovó Donalda (daquelas que íam arrefecer para a janela na Banda desenhada)....mas fez mesmo tudo, incluindo a massa (nada de congelada ou pré-feita!)
Eu posso assegurar que estavam uma delícia.

(Só sei que se continua assim vou ganhar uns kilos extra)
Se estávamos agora a entrar no inverno estava feita! A cada tarde de chuva dois doces....



Visão Seletiva

7 de Abril é Dia Mundial da Saúde e Dia de Não Fazer Nada em Casa! 
(informação obtida da Rádio Comercial e não confirmada)

E quantas vezes não fazer nada emn casa é tão bom para a nossa saúde ....a mental, pelo menos....
(Para a física era capaz de dar uma ajuda)
Brilhante associação destes 2 dias mundiais.



Confesso ter adquirido com o passar dos tempos uma Visão Seletiva.
Sim, é verdade na minha vida de super mulher, tenho (também) este super poder!
Este super poder permite que não veja um sapato aqui ou ali.
Um copo perdido na sala.
Livros no sofá.
Uma cabana feita de mantas com as cadeiras da sala.
Recadinhos de "Mamã adoro-te" na mesinha de cabeceira (à vista!).
E sim deixo a(s) cama(s) por fazer de manhã! (E está mais que provado que é o melhor a fazer para a saúde!).

Na minha casa tem gente.
Gente que vive lá dentro.
Não é de capa de revista, talvez nem do interior da revista....

Também é verdade que, de repente, a visão seletiva transforma-se em visão raio X e vejo tudo de uma vez! Mas há dias assim, em que os vestigíos de gente já são demais para o meu nível de tolerância.
É assim como a minha kriptonite, que tira as forças ao meu super poder.

Mas uma coisa é sujo, outra é desarrumado, outra é fora do sítio...
E é neste equilibrio entre o seletivo e o raio X que vivo.
Entre o carregar e o descarregar dos super poderes.

Adoro as casas capa de revista, não vou dizer que não....
Estrategicamente arrumadas.
Mas não deixo sempre de me perguntar, "Onde estão as coisas?!, As coisas que mostram que vive cá gente?!" ....talvez tenham um grande armário, onde cabe tudo escondido atrás de uma porta....





domingo, 6 de abril de 2014

A lua lá no alto

 
Conversas com a minha R (a sonhadora)

- Mãe se fores à lua morres?
- E porque havia eu de ir à lua? (Não sei bem se isto é resposta que se dê ....corta assim logo um imaginário completo pela  raiz)
- Não é isso. Se alguém for à lua morre?
- Não.
(Ía para explicar mais mas fui logo interrompida)
- Mas oh mãe se a lua gira a pessoa se lá estiver cai, porque vai rodando e depois fica de cabeça para baixo.
- Mas a Terra também gira e não caímos.
- Pois, mas a Terra é muito grande e não damos conta que roda.
- A Lua também, só que daqui de baixo parece mais pequena.
- Ah, é preciso aqueles fatos especiais não é?
- Sim, porque lá não há oxigénio.
- E há Extraterrestres?
- Não, porque só a Terra é que é habitada. (ui, estas certezas assim.....).
- A sério?! Não há mais pessoas noutro lado? Só na Terra?!

Muita pergunta difícil para umas 22h30 cheia de sono....

(E depois se eu digo que não, e aparecem uns seres vivos estranhos a habitar aí um planeta qualquer?! Isto uma mãe não pode mentir; e uma mãe sabe tudo; e é no que os pais sabem que as crianças confiam; e é com essas informações que acalmam e têm soninhos descansados....certo?)

Bem lá disse que pessoas só na Terra, vá e acrescentei que seres vivos também....

(Logo depois lembrei-me das bactérias em Marte...mas isso ía trazer mais umas quantas perguntas....decidi ficar por aqui. Afinal não é hora de afetar o soninho descansado de ninguém....)

E foi dormir, na certeza porém que não dá para lá ir espreitar....


sábado, 5 de abril de 2014

Amadurecer


Alguém que não me lembro agora disse que "Passamos a ser considerados velhos, cotas vá, quando um adolescente nos trata por você"...
Quando ouvi isto (e também não sei quando foi) estava longe de imaginar no quão perto esse dia estaria....

Lembro-me do exato momento em que isso aconteceu...
Na casa de banho de uma área de serviço. Uma adolescente dirige-me a palavra assim: "Também está na fila?"
E foi aqui que a frase dita por alguém não sei quando fez BAC!
Um ESTÁ, sem S no fim, sem me tratarem por tu!
E o pior é que já foi há tantos anos....(ainda nem era mãe!)

E esse foi o primeiro dia. Desde então julgo que mais nenhum adolescente me tratou por tu. Era oficial, já me viam não como uma possível colega, mas como uma adulta, talvez com idade para ser mãe deles!

Em Maio 2012, comemoraram-se 20 anos desde a minha primeira Queima das Fitas.
O ponto alto (um dos) da noite de convívio com alguns dos colegas, foi um F-R-A ao curso de Bioquímica 1991, e foi quando descobrimos que os miúdos das mesas ao lado, finalistas e aperaltados para o baile de gala, também eles de Bioquímica, tinham NASCIDO no ano em que nós fomos caloiros! (????)


E aqui sim, foi ainda pior que a adolescente da área de serviço....
(Pelo menos podemos beber vinho ao jantar sem nos olharem de forma inquisidora...)

E hoje lembrei-me disto assim em jeito de quê?!

Eis que encontrei em mim um branco.....na sobrancelha! (isto é possível?!?!?!?!?!??!)

Dispensava estes sinais exteriores do processo de amadurecimento....










sexta-feira, 4 de abril de 2014

Em vésperas de fim de semana chuvoso

Vem aí um fim de semana assim....manhoso, chuvoso.


E nem sempre nos lembramos de tudo o que há para fazer....mesmo dentro de casa.

Há molduras para preencher.
Há almofadas novas para fazer.
Há livros que falta ler (Então a mim nem se fala!)
Há livros que queremos reler (Como o Tanto Tanto)
Há livros que nos fazem rir muito (Como o Cuquedo)
Há puzzles com muitas peças.
Há Jogos de Tabuleiro.
Há receitas para experimentar.

Isto na lista de afazeres que deixam as meninas felizes e contentes (caso eu as acompanhe, naturalmente).

Tenho uma lista pessoal, a dos meus afazeres.....mas quando tento cumprir um ponto dessa lista, lá fogem elas para ipad, TV e PC....e lá me martela a letra da chuva dissolvente dos Xutos & Pontapés...

"Putos que crescem sem se ver
basta pô-los em frente à televisão"


E ocorre-me simultaneamente que já são crescidas para fazerem coisas da lista sozinhas, enquanto eu faço as da minha lista (isto para me tirar algum peso da consciência).....mas na verdade, as minhas são sempre feitas em alternância com respostas ao "Oh Mãe!", dá-me o nervoso miudinho, a elas também....irrito-me, elas também....e no fim, elas sentem que não fizeram nada e eu também.

Por isso, é preciso alguma coragem para mandar a minha lista às urtigas e dedicar-me a outros pendentes....









13-52 - Empratamentos


Numa segunda edição de queques de chocolate decidiu-se por outro empratamento.
Escolheu primeiro uma toalha colorida. Não gostou do efeito.
Abriu umas gavetas e descobriu uns panos bordados pela avó (ai o que a avó vai ficar contente!) e escolheu um que fazia o efeito pretendido.
Lá fui chamada a fotografar.
.....e também a provar a versão para os crescidos, já que a versão infantil estava decorada com marshmallows.
Esta foi a foto escolhida pela minha I Minichef....que anda a preparar umas surpresas.



Geralmente querem ajudar a fazer o jantar, ainda que em certos dias não dê propriamente muito jeito.

Fazem planos de um dia abrirem um restaurante juntas.
Já tem nome e tudo!
Já há ideias para alguns dos pratos.
Elas serão as Chefs.
(A avaliar pelos desentendimentos verificados quando se juntam as duas na cozinha, não sei se vai correr bem....)

A R dizia-me ontem que eu podia até ajudar, mas que já ía ser velinha....que eu ía ter para aí uns 65 anos!

Andava assim a divagar por entre pensamentos.
"Para ser chef não é preciso ir para a universidade pois não?"
"Mãe quantos anos vais ter quando eu me reformar?"  - Ela queria dizer "formar...."

Pelo menos disse que eu e o pai podíamos lá ir jantar sem pagar....


quinta-feira, 3 de abril de 2014

conversas transformadas...


Eu no computador.
A R no ipad.
Sentadas uma ao lado da outra. (Sim, eu sei que isto não tem ar de convívio salutar entre mãe e filha, mas pelo menos estou em estado vigilante).
Ela mete conversa comigo no Chat.
Por entre troca de smiles e corações e stickers cómicos, íamos trocando olhares de canto e sorrisos (Sempre havia algum convívio salutar...)

A certa altura escrevi "totó", carinhosamente, claro!
Ela tirou uma selfie só a ela, colocou no chat (o que esta geração já sabe fazer), e escreveu "Eu sei, sou maluca e totó"
Ao que acrescentei: "Mas linda!"

E nisto a resposta que surge é "Assédio".

????
Assédio. Ela nem conhece provavelmente a palavra. Acho eu.
Mas em resposta a "Mas linda" parece até bem aplicada....

Pergunto (sem dramatizar e com o ar mais natural do mundo): Já viste o que escreveste?
"Oh, queria escrever A sério..." "Deve ter sido o ipad que escreveu sozinho.."
E como desconfiava ela nem sabia que palavra era.

Não que assédio seja uma palavra proíbida, mas não é fácil de a explicar a uns 7 anos curiosos.
Mas ela identificou assédio só como um a sério mal escrito. E por aqui fiquei.

Ora aqui está um ipad a introduzir vocabulário novo com supervisão parental próxima, muito próxima até, mas sem autorização!

E as confusões (perigos, discussões, pertubações, conflitos, dúvidas, dilemas, dramas) que isto pode causar?!


 


 



quarta-feira, 2 de abril de 2014

Oh Mãe!?


É mesmo assim....

"Mãe onde está isto?"
"Mãe onde está aquilo?"

"Mãe, onde estás tu? "
"Mãe, viste a minha camisola?"
"Mãe, doí-me aqui."
"Mãe, tenho fome!"

"Mãe?!?"...(E quantas vezes este "Mãe?!?", não vem seguido de nada....já só dizem por dizer....ou querem um mimo...)

E se Mãe não sabe como resolver então ninguém sabe!

Gostava de ter uma organização digna de Pinterest.
Tudo arrumado por temas, por cores, por materiais, por títulos, em caixas, sei lá.....num sítio certo, com lógica.
Falta-me espaço, tempo e ideias. E juntar estas 3 variáveis é quase impossível....
Fico-me por ter algumas ideias organizadas no pinterest! Tenho a nítida certeza sensação, que muitas não passarão disso...
Mesmo tentando atribuir um lugar para cada coisa, rapidamente se instala uma certa desordem na ordem.
Quando se tira algo da dita ordem, a regra do "voltar a pôr no mesmo lugar", raramente é aplicada....

E é aí que aparece o desesperado "Oh Mãe?!?!"
(Dou comigo a cantar a música, creio que algarvia "Oh mãe, aquele moço bateu-me....", e a lidar com aquela troca de olhares entre as duas...sim, a mãe enlouqueceu....)

Tomara tudo fosse tão fácil, como encontrar a lancheira da escola, ou o cachecol, ou a corda de saltar, ou as peças dos legos, ou os óculos.....

Tomara que fosse isso que me ocupasse....

Tomara eu conseguir resolver mesmo tudo!

(Isto de ser A MÃE, e de supostamente ter a solução para tudo pesa muito! Tem tanto que se lhe diga)