quarta-feira, 30 de abril de 2014

"Limpeza em curso; Atenção Piso molhado"

Não páro de olhar para o aviso

"Limpeza em curso; Atenção Piso molhado"

São 4 da manhã.
Este abril não tem sido só de águas mil mas de várias idas ao pediátrico. Todas à noite.
Preferia ver os avisos de Piso molhado devido às mil chuvas de abril, noutros pisos mais agradáveis.
Ando de olhos pesados mas não é das alergias.

Cá estou mais uma vez.

A R dorme na maca de dinossauro. Eu tenho a roupa ensopada em vomitado. Parte da cadeira onde me sento também, assim como as pernas do ser pré-histórico de pástico verde. A limpeza está em curso.
Amavelmente deram-me uns toalhetes para remediar o estado. Deixei de ter toalhetes na carteira há uns anitos. Penso que noutros tempos sairia de casa munida de toalhetes, mudas de roupa e até com uns sapatos extra.

Bem, não teria ajudado muito. As mudas de roupa eram sempre para as crianças.
A R conseguiu vomitar sem se sujar a ela, mas eu por outro lado, tenho uma dose qb. Ela já tem uns anos de experiência nestes jatos direcionados.

Isto hoje está estranhamente calmo.
A última entrada foi a nossa, à 1 da manhã.
Estou farta deste dinossauro que me olha de lado.
Não arranjo posição confortável.
Ela dorme. Já não grita. Já não se queixa. Antes assim.
Eu arranjo-me no resto que sobra da cadeira. Descubro que gostava de cruzar as pernas mas não me atrevo a pensar que o vomitado seria transferido para mais zonas das calças.

Não há senhas.
Não há mais crianças.
Não há quase ninguém.
São agora 5 da manhã.

Adensa-se o silêncio, o sono e o cheiro a vomitado.
Segundo consta o reboliço é no internamento.
Noite atípica.

Pairamos entre as toxinas, as viroses, as gastroenterites, as cólicas.
Esperamos.
Falo em surdina com a médica, com as senhoras da limpeza.
Acho que conheço uma de vista. Mas talvez seja só deste abril.


Conclusões:

- Nunca estaremos preparadas para ouvir "Mamã não aguento mais", sem nos sentirmos de mãos atadas, sem querermos agarrar naquela dor e absorvê-la com todas as forças.

- Conhecemos bem os nossos filhos. Sim, sabemos distinguir uma birra, manha, de uma dor verdadeira. Sabemos desvalorizar e valorizar no momento certo. Isto as mães entendem como ninguém. Os médicos duvidam que as mães saibam.

- Tenho que acreditar que a R afinal come bem! A avaliar pela quantidade de massa que saiu.... Ou isso ou ainda era a do almoço!

- E por último, porque não haverá uma maca dinossauro para mães?
 



2 comentários :

  1. Ai coitada! Saí daí ontem às 23h30 e sim... estava tudo calmo. A essa hora... porque quando eu cheguei nem haviam cadeiras para nos sentarmos! Mais uma queda... desta vez na ginástica.
    Pobrezitas! As melhoras. Vai tudo passar! Bj

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    Respostas
    1. Por cá já passou felizmente!
      Ui, quedas na ginástica ....que susto!
      Felizmente dessas não temos tido....só mesmo contraturas musculares (já não é pouco)!
      Está melhor?
      Bj

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