quarta-feira, 23 de abril de 2014

Em dia mundial do livro

Gosto de livros que me prendem desde a primeira página. Alguns desde a primeira frase.
Uns conquistam-me pelo título.
Outros pelo resumo.
Raramente só pela capa.
Alguns foram apresentados por amigos e ficaram.

Prendem-me os livros que não consigo pousar.
Que apetece devorar de fio a pavio.
Que entram para a realidade. Dos que interrompem as nossas rotinas, como se a história não estivesse lá à nossa espera. Aos que apetece voltar.
Empanco nos livros que me obrigam a reler parágrafos, de onde saio para os meus pensamentos com facilidade, longe da história que o livro conta.
Um livro tem me conquistar até ao fim do primeiro capítulo (dou-lhe esta oportunidade).
O último que comprei deixou-me esse gosto amargo. Enganei-me. Gostava do título, do resumo e até da capa. Mas está lá pousado....e já tentei vários capítulos. Talvez tenha que o começar de novo, com outro estado de espírito, ou numa outra circunstância.

Sempre tive um fascínio por livros, livrarias , bibliotecas, papelarias.
Cheguei a acalentar o sonho de ter uma livraria. Adorava o cheiro do papel dos livros novos, as prateleiras repletas de lombadas. Achava talvez que pudesse ler enquanto trabalhava.
Engraçado como nos lembramos de certos sonhos pensamentos da infância, mas sabemos agora que não lhes demos a devida importância, ou não lhe atribuímos sequer um grau de possibilidade.

Sei que gostava das páginas em branco que os livros têm. Paranoías.
Lembro-me de o meu pai me ter dito uma vez, quando eu comentei "Este livro tem tantas folhas brancas!""Mas não são para escrever!"
Sim, talvez fosse isso. Folhas brancas sugeriam uma infinita possibilidade de as preencher!

Talvez por isso prefira livros em papel.
Não consegui aderir às novas tecnologias, mas reconheço-lhes as vantagens. Principalmente no que respeita ao peso e volume que um livro (ou mais) ocupa na bagagem.

Gostava de ler mais.
Geralmente um livro de fio a pavio só acontece uma vez por ano. Em férias.
O resto do ano, andam pousados na mesinha de cabeceira mas raramente os abro.
Talvez esteja destinada a ler só em férias. 

Gosto que as minhas meninas lhes tenham tomado o gosto.
Que os livros façam parte da bagagem e da mesinha de cabeceira.




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