quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Chefchaouen


Agora sim entramos no verdadeiro espírito de viajante por Marrocos.
Ficamos alojados num Dar, ou casa Marroquina. Dar Annasr, do lado de fora da Medina. Como tínhamos carro alugado foi a melhor opção, além de que não circulam carros em grande parte da cidade. Pequenino, acolhedor, simpático. Fomos recebidos com o famoso chá de menta, gratuito. Adoro estes detalhes de hospitalidade tão típica destes povos.


Sobre Chefchaouen nem sei por onde começar. É azul, disso não há dúvida.
A certa altura o pai da casa até disse que parecia que estávamos dentro duma piscina. É um pouco essa sensação. Tudo tem um tom azulado, que se reflete até no nosso tom de pele!
Depois dum fim de tarde imbuídos de azul e de jantarmos na praça principal, avisei logo a minha gente que no dia seguinte era para lá voltar. Eu sei que por eles estava visto, mas ainda assim arrastei-os comigo e acho que não se arrependeram.


É uma cidade turística, que tem vindo a ser cada vez mais ponto de visita obrigatória para quem viaja para o Norte do país. Reparamos em imensos turistas de Marrocos, pelos vistos devido ao facto de estar a passar uma novela na TV filmada nesta cidade. À semelhança de Fez, que ficou famosa graças a uma novela brasileira, agora é a vez de Chefchouen.
Ainda assim, apesar da proliferação de cafés, restaurantes e lojinhas de souvenirs, mantém a sua rotina, com os seus habitantes provavelmente a estranhar o porquê de tantos visitantes. Aqui os vendedores não importunam os turistas e os preços já são tão baixos que nem vale a pena regatear.







Existe um castelo, Kasbah, no meio da praça principal. Vale a pena subir e ter uma vista da cidade à sua volta. Nesta zona encontra-se também a Mesquita e o tradicional chamamento para as orações acontece várias vezes ao dia.






Depois, no fundo é deixarmo-nos perder pelas ruelas. Cada recanto é uma surpresa. A cada esquina há um beco mais azul que outro. Existem várias fontes espalhadas pela cidade, e como suspeitava, de água potável, que nasce nas montanhas do Rif. A cidade é extremamente fotogénica e para quem como eu tem a paixão por fotografia, é um Mundo! A certa altura faltava ver uma rua que está em quase todos os postais da cidade mas que ainda não tínhamos encontrado. Lá perguntamos numa lojinha onde ficava. Não podia de lá sair sem ver essa rua, com uma escadaria azul, claro, e decorada com vasos coloridos. Sou da opinião que só se descobre a alma dum sítio em modo slow motion. É a este ritmo que a cidade se abre aos nossos olhos que lhe percebemos o encanto, que lhe damos a hipótese de se revelar e deslumbrar.





Por todo o lado existem as lojas tradicionais onde vendem a cal tingida de várias cores para as casas, portas, etc. Os marroquinos não gostam de ser fotografados. Nota-se que são frequentes as vezes em que se afastam, ou viram-se e em alguns casos fazem um sinal com a mão, sem alarido. É necessário respeitar isso. Existem uns chapéus típicos que poderíamos pensar que é só para turista ver e comprar, mas os habitantes de Chefchouen usam mesmo. Apesar do calor é uma cidade que se torna mais fresca porque tem muitas zonas de sombra, provocadas pelas videiras que cobrem algumas ruas pelo facto das ruelas serem estreitas.




                                                           (uma das minhas fotografias favoritas)





Chefchaouen tem muitas portas, gatos e até portas para gatos.








E mesmo ao sair, ainda a fomos ver por fora lá do alto. É uma cidade muralhada e ao longe não tão azul como o seu interior esconde. Vale a pena descobri-la.
Eu acho que ainda me perdia por lá mais umas horas sem me cansar de espreitar todos os cantos!

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