quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
"Imaginação" precisa-se!
Na última reunião escolar da turma da mais nova, fiquei surpreendida com uma constatação da professora. A turma no seu geral tem:
"Falta de imaginação."
Nunca em 16 anos de trabalho lhe aconteceu ter uma turma assim.
Em que quase ninguém levanta o dedo para continuar uma história que ela começou.
Que tenha que ser ela a levá-los a pensar o que aconteceria a seguir.
Que escreve textos muito curtos.
Ao chegar a casa comentei com a mais velha, já que foi aluna da mesma professora.
E ela de facto disse que na turma dela até se atropelavam para ver quem dizia primeiro a sua versão da história. Tudo de dedo no ar ansioso por contribuir com a sua frase.
Só há aqui 4 anos de diferença. O que terá acontecido de tão diferente em 4 anos?
Uma mãe comentou "já se sabe do que é"...fiquei curiosa mas não lhe perguntei do que era então.
Outra mãe perguntou o que se poderia fazer em casa, para estimular a imaginação.
Não obteve respostas.
Alguém achava que a origem disto era o ensino pré escolar.... (no caso das minhas meninas) tenho a certeza que não está aqui o problema. Ambas frequentaram o mesmo jardim infantil, e sei que estímulos à imaginação não faltaram com toda a certeza!!!
E também não pode ser apenas timidez.
Olhando à nossa volta, talvez não me surpreenda assim tanto esta "Falta de imaginação"...
Estarão treinados para pensar fora da caixa?
Estarão formatados para não pensarem e só empinarem conhecimentos?
O importante é cumprir programas extensos?
O que conta é brilhar nos exames intermédios e contribuir para as estatísticas?
Será que os deixam fazer perguntas? Questionarem-se?
Lêm menos?
Carregam em muitos On/Off?
O raciocínio lógico é uma vantagem. Não tenho dúvida disso. Mas falta aqui qualquer coisa.
O que sei é que não precisam de inventar brinquedos - não transformam caixotes de cartão em casas de bonecas; nem fazem carrinhos com peças soltas; nem fazem sopas de terra com couves do quintal; não precisam de pensar no que hão-de fazer enquanto dá o telejornal. No fundo não sabem o que é apanhar seca. Raramente estão sozinhos. Quase não brincam ao "faz de conta".
Quase nem vão à janela, só para ver a chuva a cair.
Falta aqui alguma coisa.
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