sábado, 15 de fevereiro de 2014

Despertares


Despertar às 6.30.

Não deixo de pensar que na minha vida talvez tenham sido mais as vezes que fiquei acordada até esta hora do que as que tive que acordar a esta hora....não contando claro, com os frequentes acordares associados aos 11 anos de maternidade, esses sem hora marcada.

Despertar às 6.30 de um sábado então não me lembro sequer!! (repito, não contando com os "mamããããã")
É preciso coragem para pôr o nariz fora da cama.
Mas mais que isso é preciso coragem para tirar da cama meninas que dormem tão bem (finalmente), e que já permitem que não se madrugue em dias ditos de efetivo descanso.


Este despertar de hoje trouxe-me de volta sons esquecidos.
Sons do bairro, que os vidros duplos e os anos de habituação foram dissipando.

O arrastar das cadeiras para montar a esplanada do café;
O despejar da vidraria das minis no caixote do lixo (este som proporcional à importância de algum jogo de futebol de véspera), logo seguido dum estrondoso fechar da tampa.
Os camiões pesados que fazem marcha atrás depois de abastecer a mercearia;
As carrinhas refrigeradas que estacionam debaixo da minha janela.
Os madrugadores que conversam nas esquinas.
Os que esperam pelo jornal.
Os que passeiam o cão.
O homem do talho e as machadadas certeiras nas costeletas.
O vento nas árvores.
A vizinha madrugadora que estende a roupa a secar (esta talvez não se ouça ultimamente graças à meteorologia)
Os cães que esperam na rua, com impaciência, que a dona acabe as compras.

Amanhã, novo despertar "que não se faz a ninguém"...7.15.
Domingo.
Também disso (quase) não tenho memória.
Trocam-se os sons de bairro de um sábado agitado por um silêncio de domingo de inverno.

E segue-se a saga dos penteados!!

Puxo de acrobática com elástico rococó e brilhantes. A pentear cabelos às 7.15 da manhã!
E para estes afazeres até saltam da cama!
Cá vamos nós outra vez!









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