quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Enquanto houver mar....


Foi num passeio pela praia que encontrei este "Enquanto houver mar".
Numa praia do norte.
Das que ficam conhecidas pela nortada, pela água fria, pelo cheiro a maresia, pelas algas que pintam o areal, pela areia que não cola, pelos rochedos onde o tempo e a força do mar moldaram poças.
Numa praia que me conhece.

Sei que só quem viveu e cresceu junto ao mar, sabe o que é sentir-lhe saudades.

O inverno torna-se mais comprido quando o mar não fica ao virar da esquina. Quando as férias estão longe. Quando a chuva e os alertas para a costa não nos motivam a fazer tanto km para o ver.

Ultrapassei o facto de não o ter sempre ali. Ou talvez não.
Sempre o tive por perto.
Depois passou a ser presença de fins de semana, de breves visitas, de curtas férias.

Quando adotei para morar uma cidade que não tem mar, rendi-me ao facto de as esplanadas serem de rua e de rio. De não passear à beira mar. De não sentir o cheiro a maresia. Das visitas ao mar diminuirem.
Penso nas possibilidades perdidas de, mesmo em dias de semana, ir com as meninas à praia em fins de tarde de verão.
De andarmos de bicicleta juntas, já que de patins não as acompanho...
Das cores de um pôr do sol.

Talvez não o fizesse. Mas sabia que podia.
Dou-lhe agora mais valor que nunca.


E em dias como o de hoje, em que a cidade cheira a azeite.....
Isso, azeite, azeitonas eu sei lá....só sei que me deixa agoniada.
Hoje li que se produziram 627 mil toneladas de azeitonas, a maior produção dos últimos 50 anos....
.....palpita-me que isto está para durar, pelo menos enquanto houver vento....

Trocava-o pelo cheiro a maresia. Já.
Não me habituo.
Não dá para respirar fundo.
Reaviva as saudades.

"Enquanto houver mar" estou bem.
Perto dele estou melhor.
Respiro fundo.
Espero visitá-lo em breve.











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