sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O que me espera...


Falta-lhe um ano em idade mas sinto que já lá estou, nesse mundo estranho que é o da adolescência...
Sinto-me desorientada porque nem sei como aqui cheguei tão depressa....
Noutras idades delas lia várias coisas sobre desenvolvimento das crianças, etapas da vida do bebé, e mais matéria nessa onda ...mas nunca me tinha ocorrido folhear o tema da adolescência...achava talvez que andava longe disso.

Sem planear dei por mim a espreitar o que havia por aí, sem compromisso.
Saltaram-me à  vista estes:
"O grande livro do adolescente" por Mário Cordeiro e "Psicologia do adolescente" editado pela Gulbenkian.

Foto a uma prateleira na área da Psicologia, numa FNAC por aí.

Pela espessura das lombadas presumo que deva ser mesmo a fase mais complicada...
Desanimei. Desisti de os abrir.

Lembro-me agora que já  nos 11 notei alguns sinais invasivos da pré adolescência.
Isto vai chegando devagarinho.
Se a adolescência começa aos 13, a pré não sei bem quando será, mas ela anda aí.

Pensando bem, identifico bem os sinais. Também por lá passei.
Reconheço aqueles revirares de olhos, o voltar costas a "bufar", o emburrar, o encolher os ombros como se ninguém no mundo nos entendesse.
Talvez por isso me assuste tanto.
Porque sei que é um território movediço.

Tenho medo de não lhe chegar. De não entender os dramas e as mudanças de humor. Ou de nem saber deles.
Alguém disse que era apenas uma fase em que aparentemente os perdíamos por uns anos, para voltarem depois.
Tenho medo.
Medo de passar a ser a mãe cota. Chata. Cheia de opiniões às quais ela fará "ouvidos moucos".
Medo de deixar de a conhecer. De a estranhar.
Não estou preparada para a perder por uns anos. 
Tenho medo que ela se feche em copas no tal armário tipíco da idade, por detrás da porta.
Medo de deixar de ser a confidente. De passar a outro plano.
Mas sei que haverá sempre um mundo só dela. O da privacidade, onde as portas se fecham mas ela está lá.
Sei que não é suposto ser a amiga.
Sei que serei sempre a mãe.
E ela sabe que é esse o meu papel, conflitos de gerações à parte.
Mas não queria errar.
Ou confio no instinto maternal ou desato a ler. Tenho é que começar já!!!!

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