domingo, 25 de outubro de 2015

Melhoria contínua




Tive que comprar.
Acompanho a página da Mikaela há algum tempo e já é costume deixar-me pensativa com algumas questões pertinentes sobre isto da parentalidade. Sobre a nossa forma de estar enquanto pais. Quais as intenções? O que queremos incutir? Na verdade, comunicamos?
Ainda que atenta a estas matérias não é nada fácil para mim pôr em prática o que parece tão óbvio.
Nas nossas correrias, sinto que a teoria fica perdida algures nas intenções...
Quero ser melhor. E por isso comprei. Porque me faz sentido.
Anda a pesar-me na carteira há vários pares de dias. Folheei mas não li, não com coração de ler.
Mas anda ali para não me esquecer dele.
Algures nas primeiras páginas diz que o livro se irá focar nos primeiros 12 anos de vida da criança...
A I tem só mais 11 dias com 12 anos...vem aí os "teen" e já não a considero uma criança. Nem ela.
A R tem 9...
Temo que vá tarde.
Temo que se torne mais um dos que devia ter lido e fiquei-me pelas primeiras páginas.
Temo ter feito estragos irreparáveis.
Refugio-me naquela velha máxima que uma boa mãe é aquela que tem a certeza que está falhar.
E eu acho que falho tanto...podia ser bom sinal....

Arrepio-me quando da boca delas saem as minhas palavras. Frases inteiras até.
Porque é que eu posso dizer "Estás a brincar comigo?!" e elas não?
Só porque sou eu a adulta? Porque sou a mãe? Porque não sou a melhor amiga?

Quando dizem que me adoram e que eu sou a melhor mãe do Mundo, deste e doutros, pergunto se não preferiam ter outra mãe...uma mais simpática, menos carrancuda, menos irritada, menos apressada, menos cansada, mais paciente, mais brincalhona e mais disponível....e elas respondem "Estás a brincar?!"....talvez seja das poucas vezes que esta frase em jeito de resposta não me tira do sério.

Ainda assim vou ler, que os anos passam depressa, o meu coração de mãe ressente-se de culpa e a minha cervical já acusa o peso da carteira!

2 comentários :

  1. Olá Claudia, por favor não se menospreze. Não é um livro que vai dizer o que deviamos fazer ou acontecer. Tudo isso é treta. Como os traumas. Por tudo e por nada vão a psicólogos. Possa! No nosso tempo não existia nada disso e (eu não) você e as minhas irmãs são mães maravilhosas tal como a sua e a minha mãe o foram. Fomos bem criados sem nada disso. Eu admiro-a como mãe e tenho pena de não poder mostrar o seu blog as mães das crianças que andam no infantário onde eu trabalho. Bjs.

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    1. Olá. Não é um questão de menosprezar mas de questionar se fazemos um bom trabalho enquanto mães. Acho que isso é inerente a esta condição. Ou devia ser. Porque uma mãe que se questiona provavelmente será a que quer fazer mais e melhor. Quanto ao livro, é uma ferramenta para ver as coisas com outros olhos. Encaro como uma leitura para tomada de consciência que nos ajuda a crescer. Obrigada pela parte de me considerar uma boa mãe! Quanto a mostrar o blog a outras mães. Força! Ele é público! Bjinhos Beta

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