sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Real Life?

O jogo da vida.
Um jogo de tabuleiro que nos leva pelas várias escolhas da vida, ao ritmo da sorte.
Numa fase inicial temos que escolher ir para a Universidade ou ter uma carreira profissional logo de imediato. Na primeira o salário chega mais tarde, na segunda começamos logo a ganhar dinheiro. Em ambos os caminhos podemos escolher a profissão, mas o leque de opções varia conforme a decisão inicial de frequentar ou não o ensino superior.
Chegam as oportunidades de comprar casa, e há que ponderar qual comprar face aos empréstimos contraídos ou ao dinheiro que temos amealhado. Surgem as opções de fazer seguros, de saúde, para a casa, para o carro.
Pelo meio vão entrando despesas extra ....aniversários dos amigos, despesas com a saúde, reparações de avarias, inundações da casa, obras, festas dos filhos...ou vamos tendo recompensas, por reciclar, por ajudar os sem abrigo, por fazer voluntariado....
À medida que se avança no jogo é possível casar, ter filhos, sendo eles gémeos, rapaz ou rapariga, ou adoptar.
Pelo meio o jogo vai oferecendo alternativas, podem-se escolher caminhos mais rápidos, frequentar a escola à noite, investir em negócios, embora se perceba que nem tudo é controlado por nós.

Descobrimos este jogo numa casa de férias alugada a uns ingleses e como tal está em Inglês. Na altura as miúdas tinham uns 6 e 10 anos e depois dumas explicações iniciais e de várias jogadas em família lá íam jogando sozinhas a dominar o inglês, nem que fosse pela repetição das instruções ou com a ajuda das imagens. Achavam piada à semelhança com a vida.
Mais tarde procurei na net e acabei por lhes oferecer o "Life", também em inglês.

Há dias estivemos a jogar.
Ambas escolheram o caminho da Universidade. É engraçado ver que tipo de casa escolhem, a profissão, se dão valor ao ordenado, se escolhem ter seguros ou arriscam, se preferem ter meninas ou meninos. No jogo fui optando por coisas diferentes do que é a minha vida. Fui logo trabalhar, escolhi uma vivenda, decidi ter filhos rapazes.
Quando chegou a minha vez de casar, elas perguntaram-me "E queres casar com um homem ou com uma mulher?"
Rimos.
Mas na verdade a pergunta nem teria surgido se os tempos não fossem outros.

O jogo termina com a idade da reforma a chegar e a entrada num lar, embora se possa escolher qual. Ganha o jogo quem tiver mais dinheiro amealhado, somando o valor das propriedades e descontando os empréstimos e as dívidas.

A I concluiu que assim não tinha piada: Independentemente da vida que escolhemos todos no jogo têm o mesmo fim. E quando chegamos ao fim, o que interessa o que temos?

Real life?!

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