Há uma altura na vida, em que deixamos de ser conhecidas pelo nosso nome e passamos a ser a Mãe da (ou do) X, Y, Z.
Eu cá transbordo de orgulho por ser conhecida por mãe da I e mãe da R.
É assim até como que uma sensação de conquista por trás de uma aparente perda de identidade.
A minha lista de contactos no telemóvel tem uma infinidade de números começados por "Mãe de.....".
Sinto que entre mães se partilha este gostinho especial por sermos assim conhecidas.
Por outro lado não gosto nada de ouvir quando se referem às minhas meninas com um singelo e impessoal "A sua educanda".
s.f. Aquela que recebe educação em locais próprios e destinados a esse propósito.
(Fem. de educando)
A definição está certa.
Ela está para mim como educanda como eu estou para ela como encarregada de educação....
Mas a minha educanda tem nome!
Eu sei o nome dela e gosto de pensar que alguém na escola também sabe. E até sei que sabe.
Custará assim tanto tratar a minha
educanda pelo nome dela quando falam comigo ou quando me escrevem um recado?
Eu nem me considero muito comichosa ou picuinhas, mas este tipo de coisas que tocam na minha condição de mãe da I e da R despertam mais que o meu lado lunar! Até aceito que seja apenas uma questão formal e não intencionada, mas não deixa de ser impessoal.
Não me dou com estes formalismos. A sério!
Onde está o sermos todos pessoas!!???!
E principalmente pessoas diferentes umas das outras?!??!
É por isso que hoje em dia o lado humano parece estar fora de todas as equações.
Somos todos números em páginas excell para fazer contas e entrar em estatísticas de sucessos ou dados de pouco ou muito crescimento do que quer que seja.
Só ouço falar em "casos", "números", "taxas", "episódios"....parecemos farinha do mesmo saco.
Estamos a precisar de forma urgente de humanização!
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