sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Cíes, um paraíso por perto


Tanto ouvi falar que tinha que ir ver com os meus olhos. Para 3 dias/2 noites de férias em família decidimos acampar nas Ilhas Cíes, Galiza.
Reservamos com alguma antecedência uma tenda com 2 camas de casal (Camping Ilhas Cíes). Esta reserva inclui a autorização da Junta da Galiza para aceder ao Parque Nacional e que chega via email, com uns pré-códigos que permitem fazer a reserva da viagem de barco. Optamos pela empresa Mars de Ons e fizemos a compra dos bilhetes uns dias antes. Com tudo tratado e impresso seguimos até Baiona de onde saímos para as ilhas. Marcamos a ida para as 16h, já que o check in no Parque se faz depois das 14h. Assim ainda deu para umas tapas, gelados e voltinha por Baiona.
A viagem faz-se bem e demora uns 45 minutos, sempre com a ilha e a costa ao alcance da vista. Esqueci-me de levar comprimidos para o enjoo mas ninguém acusou essa falha. A mais nova foi quase sempre em pé a curtir a viagem ao pé do pai.





O caminho até ao parque é feito a pé. Não sou muita boa a calcular distâncias mas talvez uns 400m. Não há carros nem motas na ilha, nem sequer bicicletas! Cada um levou a sua própria mochila mas há também uns carrinhos de mão para ajudar no transporte. O que ocupou mais espaço foram mesmo os saco camas e toalhas de banho/praia. O parque fornece almofadas e um conjunto de fronhas e lençol. Escusado será dizer que a vista mar é incrível!

















No parque temos acesso a água quente grátis para banhos em 2 períodos do dia, o que chega bem. Há uma zona para carregar telemóveis e baterias com vigilância. Existem 2 restaurante para pequenos almoços e refeições dentro do parque e um outro logo na zona de desembarque dos barcos. Há também um mini mercado. Há esplanadas com vista top, sendo uma delas mesmo ao lado dum género de kids club. No parque, ao contrário do resto da ilha, existem caixotes do lixo e duas fontes de água potável. Optamos pelas refeições no restaurante do parque, onde se come bem e sem preços extravagantes, mas percebe-se que há quem leve fogareiros e malas térmicas e que cozinhe ou aqueça as suas refeições.
De noite ficam na ilha apenas as pessoas instaladas no parque e temos a companhia das gaivotas e de um céu de milhares de estrelas. É um privilégio encontrar a praia sem ninguém antes dos primeiros barcos da manhã. As gaivotas são demasiado aventureiras e se não tivermos cuidado roubam facilmente comida das mesas de esplanada ou das toalhas de praia.
Além das praias de água azul turquesa, gelada mas linda, podem fazer-se várias caminhadas até às extremidades da ilha, onde estão os faroís. Estão assinaladas, e há informação sobre a distância em km e tempo estimado. A mais longa é a do Faro do Monte Faro que o pai da casa fez em modo corrida enquanto as meninas faziam sessões fotográficas. Fizemos os 4 a do Faro da Ponta e a do Faro do Peito.
Na caminhada para o Faro do Peito encontramos um spot para mergulhar das rochas, onde até eu me aventurei apesar da água fria. A verdade é que nem dá muito para pensar nisso.
Quanto a praias, a mais famosa e ocupada é a das Rodas. Uma mais pequena e linda é a de Nossa Senhora, que se vê na caminhada do Faro da Ponta, e outra de nudistas mas que todos frequentam na mesma é a de Figueiras. Todas valem uma espreitadela.

Não há muito mais para fazer nesta ilha, a não ser aproveitar a esplanada para unas cervezas e cacahuetes o que a torna única e ótima para o descanso!

Ficamos 2 noites, tempo qb para apreciar a ilha e no regresso ainda fomos brindados por um grupo de golfinhos que nadavam ao longo do barco. O check out do parque è às 12h , mas é possível deixar as coisas guardadas numa tenda. Saímos da ilha no barco das 16h50.

Recomendo para aventura de família e experiência fora do comum. As miúdas da casa adoraram!
Na verdade não há muito mais a dizer, a não ser apreciar as imagens que nem sempre fazem jus à beleza natural deste sítio.


    Vista da Praia de Figueiras, na caminhada para o Faro do Peito


   Acesso à Praia de Figueiras


    Praia de Figueiras


   Praia de Rodas (acesso pelo Camping)

    Praia de Nossa Senhora, vista da caminhada para o Faro da Ponta   

    Cena digna dum documentário da National Geograpfic, Mãe gaivota alimenta as crias (com o que   rouba na praia)

    Faro da Ponta

    Praia das Rodas, de manhã antes da chegada dos barcos

   Praia das Rodas. Muito fácil tirar fotos sem ninguém na água!

    Praia de Rodas, zona de chegada à Ilha.

    Lá ao fundo o camping no meio dos pinheiros




    O spot de mergulho, mesmo no final da caminhada até Faro do Peito.







terça-feira, 14 de agosto de 2018

Quem vem e atravessa o rio...

Devia ter pensado nisto mais cedo. Uns 10 ou 15 anos. O Porto está à pinha. E não era ainda Agosto.
Numa esplanada fomos atendidos noutra língua. (ou então era um sotaque muito cerrado, que aliás absorvo com uma certa facilidade). Pelo menos o preço do café não estava ainda inflacionado.
Adoro o trato por "menina" que só fica bem no Norte, digam lá o que disserem.
O Porto sempre foi para mim a cidade Distrito nos documentos da escola. Era onde tinha que ir para tratar de papelada, onde me candidatei à faculdade, onde fiz as específicas, onde fui ver se tinha sido colocada e onde cheguei a ser caloira por 1 semana. Era destino de compras na afamada Stª Catarina, 31 de Janeiro ou Cedofeita. Foi lá que comprei o meu vestido de noiva. Aliás, agora que me lembro, foi no Porto que decidimos a data em que íamos casar. Tantas foram as viagens de comboio que cheguei a decorar as estações todas Póvoa - Porto. Mais tarde, quando passei a caloira na cidade dos estudantes, a Stª Catarina, a Trindade, a Batalha e até S. Bento passaram a entrar no meu circuito de viagens Póvoa - Coimbra em ritmo semanal.
O Porto tem assim algo de familiar mas nunca o conheci como turista.
Passava todas as semanas em frente ao Majestic, que acho que só saltou para as bocas do Mundo pela boca do Abrunhosa. Não sei quantas vezes entrei e saí de S. Bento à procura da hora do Regional e sem reparar nos azulejos. A Faculdade de Ciências fica quase ao lado da Livraria Lello (porque tinha que lá ir a J. K. Rowling?!) e dos Gerónimos. Percorria a pé muitas ruas do Porto, antes da existência do metro.

Agora que tentei ser turista e em família descobrir o Porto que não conhecia, acho que fomos tarde demais. Levava uma lista TO DO que daria bem para encher um dia:

- Livraria Lello
- Subir aos Clérigos a pé
- Atravessar a Ponte D. Luís a pé por qualquer um dos tabuleiros
- Cais de Gaia
- Ver a Casa Escondida ente a Igreja do Carmo e a das Carmelitas
- Passar na Rua das Flores
- Zona da Sé
- Escadaria junto ao funicular de Guindais, de preferência a descer.
- Ribeira e algum Dolce Fare Nienti
- S. Bento

Todo o mundo teve a mesma ideia neste dia.
A livraria Lello tinha uma fila até ao fim da rua e os Gerónimos um segurança só a  gerir a fila para a bilheteira!! Desistimos. Terei que regressar na época baixa, seja lá quando isso for.

Percebo agora porque os moradores de certas zonas dizem que nem à janela podem ir pôr as cuecas a secar que está algum turista a tirar fotografias. Tal e qual!
Até os meninos que saltam da ponte o fazem em troco duns trocos.
O Porto está famoso e ao rubro!

Da lista fizemos o que não implicava entrar e esperar em filas e que ía ficando em caminho. Não escapou a francesinha que nem precisava de constar da lista! E até para esta fomos em boa hora!
Impossível não trautear Rui Veloso, e o seu "Quem vem e atravessa o rio...". E descobrir que é mesmo assim como a letra "...Vê um grande casario que se estende até ao mar".
Em vez dum Porto bebemos um granizado carregadinho de corantes mas dos que não pintam a língua!
Os pés já acusavam muitos passos e para voltar de Gaia apanhamos um barco, só pela piada.
Ficamos pela Ribeira a ver os artistas de rua, a azáfama de turistas para os barcos de passeio e os miúdos da zona a tomar banho no rio e a causar alguma inveja à mais nova que só queria era mergulhar também!
É para voltar!