sábado, 1 de agosto de 2015

Diário de Bordo - Veneza - Dia 4

19 julho

Murano. 40ºC à sombra.
A ilha do vidro. Uma mini Veneza.
Não há como fugir a uma incursão por algumas lojas da especialidade e assistir ao vivo ao manuseamento da sílica quente até se transformar nas mais variadas figuras em vidro colorido.
Tal como a nossa Marinha Grande, mas com características muito próprias, nos desenhos minuciosos, floridos e coloridos.
As minhas fotografias de Murano continuam no tal cartão de memória a fazer companhia às do fogo de artifício...
Mas a minha I já não larga a máquina (não sei a quem sai) e captou algumas imagens para mais tarde recordar...




Burano.
A ilha que eu mais queria ver. Ver e fotografar.
Talvez seja muito menos falada e conhecida que Murano, mas tinha-a debaixo da retina há algum tempo. Não me passava pela cabeça que era perto de Veneza. Foi uma surpresa quando ao planear a viagem a reconheci. Por pouco me escapava!
Fiquei rendida ao colorido das casas ainda antes de ir.  Conta-se que se deve ao facto dos pescadores mais facilmente encontrarem a casa quando chegavam à ilha de madrugada. Cada um pintava a sua casa de uma cor diferente.
Foi a meio desta visita que mudei o cartão da máquina. Salvam-se algumas.
Burano é conhecido pelas rendas, trabalhadas de forma igual às famosas rendas de bilros de Vila do Conde.
Continuava o calor.
Demorávamos mais numa sombra, num crepe com os pés virados para o canal, numa ou noutra casa colorida, numa esplanada com água fresca.


 (Não podia faltar a ginástica!)







Faltou Torcello, mas ainda a vimos do barco.
Passeios a pé debaixo de sol abrasador chegavam por hoje. E ainda nos faltava San Marco.



Mais um vaporetto para regresso a Veneza mãe.
Teríamos que mudar de "linha" em Fondamente nuova para chegar a San Marco.
Desistimos da ideia do vaporetto e fomos a pé.
Afinal, este é um dos encantos de Veneza...as ruas estreitas, onde tocamos em ambos os lados com a ponta dos dedos, as pontes, as pequenas praças, os canais interiores e a vida tal como ela é....
Alguém disse que estar em Veneza significa a certa altura andar um bocadinho perdido. Mas nunca estamos verdadeiramente perdidos. Mais volta menos volta damos com o Grande Canal ou com uma placa sinalizadora para os spots mais famosos. Ou isso ou seguimos as resmas de turistas.






( A sério?! Mais uma torre inclinada? Juro que não é da foto! Só se for ilusão ótica...)

E assim devagarinho, a saborear estes recantos fomos saindo deste lado de bairro onde as italianas idosas refilam porque não nos desviámos do caminho e alguns italianos gesticulam alto enquanto outros pintam...e entrando na zona com mais reboliço.
Quase sem dar por isso estávamos de frente para a ponte mais falada, a dos Suspiros. Os suspiros não são dos enamorados como pensava, mas dos prisioneiros que por ela se arrastavam em tempos idos.


Estávamos em San Marco. Ao fim do dia, quando as multidões começam a diluir-se.
A melhor hora.






Fomos ficando até ao pôr do sol, até se acenderem as luzes.
Giudecca continuava do lado de lá. Linda e ainda com ar de festa.





Fomos apanhar as malas para voltar a mudar de hotel. Agora para outro bairro: San Polo.
Mas ficava bem por aqui.
A I também.

2 comentários :

  1. Quantas recordações vão ficar na memória. Adorei o relato.
    Burano é um dos sítios que mais me interessa visitar, aliás por isso é que já o pintei. Espero, se algum dia chegar a vê-lo ao vivo não ser um deceção.
    Talvez para o ano vá também a Itália. É uma viagem que quero fazer há muitos anos.

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    1. Foi mesmo uma experiência inesquecível! E o mais importante para mim foi ter sido a minha filha a descobrir este terceiro fim de semana de julho magnífico....
      Burano não desilude nada! Tem turismo claro, mas tem muitos recantos longe da azafama das ruas principais.
      Em Itália tenho uns quantos sítios na lista....mas o seguinte podia ser Cinque Terre....não me importava nada!

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