O dia era de sol e sem tempo contado. Coisa rara.
As gaivotas anunciavam que o mar estava por perto.
Adiei planos de compras e afazeres corriqueiros.
Dediquei-me ao tempo. A fazer do dia tempo livre.
Almocei na esplanada ao sol. A este sol de março ao qual é suposto tapar a cabeça porque faz mal.
Vinha acompanhado de vento. Para a zona até poderia chamar-lhe apenas uma brisa marinha, já que em nada se assemelhava à tradicional nortada.
"Este vento pára lá para as 14h30-15h." ouvi do senhor que me atendeu em conversa com outros clientes na mesa ao lado. Adoro estas certezas típicas da humildade da experiência.
Quis pagar. Não havia MB.
- "Deixe estar, se não tiver depois paga. Não precisa de ir já...."
- Então ainda fico mais um bocadinho e depois vou levantar dinheiro.
- "Olhe e se eu já cá não estiver toma conta da casa"
É verdade que sorriso gera sorriso, que simpatia causa boa disposição, que nos muda o dia.
Abri um livro. Era novo, a estrear.
Fui ficando....o tempo suficiente para verificar que o vento parou. Eram quase 15h.
Tirei o lenço.
E quando damos ao tempo o tempo que ele tem reparamos nas coisas simples que na correria dos dias vão desaparecendo...
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