Chove.
A cidade está em todos os telejornais não por boas razões.
O rio vai fora do seu leito e já fez muitos estragos.
Todo o dia assim. Sem sinais de melhoras.
Céu carregado. Segundos de sol seguidos de trovoada e granizo forte.
O cesto da roupa está cheio à espera de melhores dias.
Saímos só para espreitar os estragos do temporal mesmo à porta de casa.
Caíram árvores. Está muito vento. Desta vez frio. Talvez pela primeira vez este ano.
Íamos comer um gelado mas desistimos ao primeiro arrepio.
Trocamos por waffles.
Havia ginástica ao pé de casa. Fomos espreitar.
Voltamos ao aconchego.
O pai tinha ido correr.
Li, na companhia de uma manta.
A I fez-me um chá. A mais nova deitou-se ao meu lado.
Adormeci. Ela não.
A gata mudou-se de uma cadeira para a cama, talvez sem nunca sair do estado de sonolência.
Acordei tarde, a pensar que devia ir tratar do jantar.
Demorei a assimilar esta ideia.
Ele disse, vamos jantar fora às 20h.
Sem perguntas.
As perguntas fiz eu.
Hoje? Em dia dos namorados? Não estará tudo cheio?
As miúdas acham que é brincadeira. Eu também ainda fiquei desconfiada.
Mas lá fomos, os quatro em dia dos namorados.
Surpresas em dia de temporal.
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