Um recanto.
Uma sombra. Calma. Aromática. Fresca.
Teria um alpendre acolhedor, uma cadeira de baloiço, alfazema e verdes.
Serviria para dias quentes, fins de tarde preguiçosos e noites suaves.
Poderia estar só.
Poderia estar acompanhada.
Poderia estar rodeada de amigos e petiscos, em torno de uma mesa de madeira. Noites de amena cavaqueira.
Poderia estar com as minhas meninas. Pintar. Jogar. Sempre a tal mesa de madeira.
Plantaria ervas aromáticas. Frescas.
Talvez framboesas e morangos.
Faria compotas, tartes e jantares de verão prolongados.
Falta-me o quintal, o alpendre, a mesa de madeira lá fora, a alfazema e a cadeira de baloiço.
Tenho uma porta-janela.
Tenho mangericão; cebolinho; hortelã; tomilho limão (este já teve melhores dias).
Basta-me abrir a porta. Não é o mesmo.
Mas o cheiro do mangericão e da hortelã, levam-me com eles.
A I disse há dias:
"É tão giro abrir a janela e ir assim cortar e usar logo estas ervas!"
Também acho.
É um bocadinho do tal recanto.
Algo fresco. Aromático. Verde.
Uma destas tardes de verão, vou expandir a plantação para a varanda, agora que as pombas a deixaram um bocadinho em paz.
Quem sabe framboesas e morangos?
Talvez uma mesa de madeira... e alfazema.
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