terça-feira, 24 de junho de 2014

25-52 - Brincar na rua


Brincar na rua.
Nas traseiras de casa.

Em fins de tarde de Verão juntam-se vizinhas em brincadeiras de rua.
Ensaiam danças.
Inventam coreografias.
Pintam o chão com giz.
Estendem mantas e brincam às escolas.
Saltam à corda.
Jogam à bola.
Andam de bicicleta.
Jogam às escondidas...

Coisas simples.

A diferença, para o nosso tempo, é que não havia adultos de plantão. 
Brincávamos na rua sem ninguém a vigiar.
Corríamos riscos.
Ninguém nos conseguia contactar para saber onde estávamos.
Não havia muitas recomendações...

Agora este Brincar na rua é mais difícil....
Quer pelas próprias ruas, mais movimentadas.
Quer pelos poucos quintais, pelas poucas traseiras, pelo menor número de crianças e porque tantas vezes nem se conhecem bem os vizinhos...
Se para nós ir à mercearia da esquina era normal, agora parece quase uma aventura!
A sociedade mudou e com ela mudamos nós e nós mudamos as crianças.
Os pais foram ficando de plantão, à espreita, de olhar cada vez mais atento.

Abrir a mão e deixá-las ir....
 É preciso uma dose de coragem.

Estar por conta delas.
Usar a cabeça.
Medir riscos.
Ponderar consequências.
Ganhar confiança. Elas e nós.
Nada simples.

Eu deixo. 
Há mais recomendações.
Fica o meu coração de plantão...
Fica o meu ouvido tísico, atento a um "Mamaaaaã!"
Podia ser mais simples...
Afinal, é brincar na rua.

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