Brincar na rua.
Nas traseiras de casa.
Em fins de tarde de Verão juntam-se vizinhas em brincadeiras de rua.
Ensaiam danças.
Inventam coreografias.
Pintam o chão com giz.
Estendem mantas e brincam às escolas.
Saltam à corda.
Jogam à bola.
Andam de bicicleta.
Jogam às escondidas...
Coisas simples.
A diferença, para o nosso tempo, é que não havia adultos de plantão.
Brincávamos na rua sem ninguém a vigiar.
Corríamos riscos.
Ninguém nos conseguia contactar para saber onde estávamos.
Não havia muitas recomendações...
Agora este Brincar na rua é mais difícil....
Quer pelas próprias ruas, mais movimentadas.
Quer pelos poucos quintais, pelas poucas traseiras, pelo menor número de crianças e porque tantas vezes nem se conhecem bem os vizinhos...
Se para nós ir à mercearia da esquina era normal, agora parece quase uma aventura!
A sociedade mudou e com ela mudamos nós e nós mudamos as crianças.
Os pais foram ficando de plantão, à espreita, de olhar cada vez mais atento.
Abrir a mão e deixá-las ir....
É preciso uma dose de coragem.
Estar por conta delas.
Usar a cabeça.
Medir riscos.
Ponderar consequências.
Ganhar confiança. Elas e nós.
Nada simples.
Eu deixo.
Há mais recomendações.
Fica o meu coração de plantão...
Fica o meu ouvido tísico, atento a um "Mamaaaaã!"
Podia ser mais simples...
Afinal, é só brincar na rua.
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