De um dia para o outro perdemos o Nico. O nosso Porquinho da Índia.
E há dias assim.
Em que choramos as lágrimas todas.
As que se acumulavam de muitas feridas mas nunca saíram.
Chora-se o inesperado, a rapidez com que a morte chega e nos apanha de surpresa, a impotência perante ela, o querer fazer mais e não estar nas nossas mãos, as coisas que tomamos como certas, as batalhas perdidas, os vazios que incomodam, os silêncios que aparecem, outras perdas, fins.
Choram-se memórias, saudades que existem e outras que hão-de chegar.
Hoje o Nico tornou todas as perdas mais reais.
Lembrou que as famílias não ficam iguais para sempre.
Que afinal ser mãe é também não resolver tudo. Não lhes arrancar a dor. Sofrer por e com elas.
"Hoje todos fizemos a nossa parte", foi a frase que ouvimos da veterinária e que a Raquel repetia ao deitar.
É importante saber disto. Saber que não há culpa embora ela ande por aí à espreita. Como chegou ele ao estado de "critical care"?; como lhe cresceram tanto os dentes e não reparamos?; como ficou tão magro?; porque deixou de comer?...
Era só um porquinho da índia, mas esteve na nossa família quase 3 anos.
Teve direito a um desenho de boas vindas e a outro de despedida.
Chegou e partiu num dia 5.
Esperamos que tenha tido uma boa vida aqui connosco.
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