Ao acordar.
R - Onde são os países onde há mais crianças a morrer à fome?
Eu - Alguns países em África...
R - Muitos?
Eu - Sim...e outros como agora no Nepal, onde houve o tremor de terra e que ficaram muitas crianças sem pais...
R - Gostava tanto de os trazer para casa...
E é assim que a R anda há uns dias.
Sempre que não lhe apetece mais o que tem no prato pergunta se eu vou deitar fora ou guardar.
Diz que é para "não gastar comida".
"E os meninos, mãe?"
Por ela trazia para casa os sem abrigo, as crianças com fome, as que vivem em instituições...
Ainda hoje fala na Mariana que conheceu em dezembro de 2013 e nunca esqueceu.
Sempre achei que se o meu percurso tivesse sido outro, que não o de ser mãe estaria algures numa ação de voluntariado por esse mundo fora.
Bem, talvez não o soubesse desde sempre, mas agora sei que sim.
Por isso entendo-a até ao tutano.
Ao ponto do aperto no peito por achar que não faço nada para mudar...as crianças com fome continuam lá, sem pais, sem condições, sem ensino...e nós por cá nas nossas rotinas aparentemente alheios a isso... Também eu tenho vontade de as trazer para casa, de lhes dar colo.
Será que fazemos mesmo tudo o que podemos?
A R é capaz destes pensamentos profundos e do coração ao mesmo tempo que é capaz de ser do mais exigente sobre a posição do puxo no cabelo ou sobre a cor do pão para o lanche....
Como todos nós...suponho...
sexta-feira, 19 de junho de 2015
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